8 dicas ajudam a negociar com o filho adolescente as saídas de casa
Na adolescência, a necessidade de estar entre amigos se intensifica e esse convívio é fundamental para a construção da identidade do jovem. Surge, então, a vontade de sair só com os colegas, sem a presença dos pais.
Segundo a psicanalista e doutora em educação Rose Gurski, professora do programa de pós-graduação em psicanálise do Instituto de Psicologia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e autora do livro “Três Ensaios sobre Juventude e Violência” (editora Escuta), essa transição precisa ser realizada com a ajuda dos pais. “É importante que os adultos possibilitem ao adolescente a apropriação de noções sobre responsabilidade, o que demanda flexibilidade e abertura do lado dos adultos. É preciso negociar com os filhos sem cair em posições permissivas demais”, afirma.
Veja a seguir algumas dicas para os pais negociarem os programas dos filhos com os amigos:
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Permita aos poucos
Segundo a psicóloga Marina Vasconcellos, terapeuta familiar pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), não há uma idade ideal para que o jovem possa sair sem a companhia de adultos. "Depende da maturidade. Uma dica é ir soltando a corda aos poucos, para ver como ele reage", diz. Para começar, lugares como shoppings, parques e casas de amigos são ideais.
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Converse muito
Segundo o psicólogo e psicoterapeuta Antonio Carlos Amador Pereira, professor de psicologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo e autor de "O Adolescente em Desenvolvimento" (editora Harbra), é preciso conversar sobre tudo ao negociar as saídas de casa, principalmente quando se trata de um jovem que acaba de entrar na adolescência. "Os pais devem saber aonde ele irá, a que horas voltará, com quem sairá", fala. A psicóloga Marina ressalta a necessidade de orientar o filho também sobre drogas. "É importante explicar o que elas podem causar e que ele, por ser menor de 18 anos, não pode nem mesmo beber. Antes de sair, ele precisa saber se cuidar", afirma.
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Negocie o horário para voltar
Segundo a psicóloga Marina, o horário de volta depende da maturidade e do tipo de programa que será feito pelo jovem e os amigos. Para o psicoterapeuta Pereira, essa negociação deve ser feita mostrando ao filho que a ideia não é controlá-lo. "Você pode dizer que só consegue dormir depois que sabe que ele chegou bem, por isso um horário precisa ser combinado", diz.
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Leve-o e busque-o quando necessário
Dependendo da maturidade do filho e do local aonde ele irá, uma saída para negociar o passeio é chegar ao acordo de que os pais o levarão ou o buscarão. Mas é preciso entender que o adolescente também precisa aprender a se virar sozinho. "Alguns filhos são mais medrosos. Nesse caso, os pais precisam incentivá-lo a se virar sozinho para que ele se desenvolva e aprenda a ter autonomia", afirma a terapeuta familiar pela Unifesp.
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Combine a comunicação pelo celular
É importante que os pais peçam aos filhos que eles respondam as mensagens e atendam o celular, mas não exagere no controle. "Não adianta os pais ficarem em cima mandando mensagem o tempo todo. No entanto, o adolescente precisa estar comunicável. Se ele for a um lugar no qual não conseguirá falar, deve-se combinar antes um horário para que ele avise se está tudo bem", fala a psicóloga Marina.
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Estabeleça dias para sair
Para Marina Vasconcellos, as saídas devem acontecer nos finais de semana, com algumas exceções permitidas, como o aniversário de um amigo. "Acho importante estabelecer também o acordo de não sair todos os dias do final de semana, já que os adolescentes precisam descansar para voltar à escola na segunda-feira", diz.
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Dê mesada
Uma boa dica para fazer o adolescente entender que as saídas de casa não podem ser frequentes é fazê-lo administrar o próprio dinheiro. "A mesada é importante para ele começar a entender quanto custa cada programa e para dar valor ao dinheiro", diz a psicóloga Marina.
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Avalie o retorno
Se depois de todos os acordos, o filho desrespeitar algo combinado, é preciso que haja consequências, como ficar sem poder sair por um tempo. Para a psicanalista Rose Gurski, é extremamente importante transmitir aos filhos a noção de que uma combinação deve ser levada a sério. "O adolescente precisa entender que seus atos produzem efeitos e que ele passa a ser responsável por isso", diz.
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