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Descobriu que está grávida? 6 temas para tratar na primeira consulta médica

Grávida precisa confiar e contar todo seu histórico ao médico - Getty Images
Grávida precisa confiar e contar todo seu histórico ao médico Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

18/02/2016 07h25

Passada a euforia da descoberta da gravidez, chega a hora de iniciar o acompanhamento médico. Na primeira consulta, é essencial abrir dados sobre a sua saúde e seus hábitos de vida, para permitir que o profissional adote condutas preventivas, além de fazer perguntas essenciais.


“Muitos problemas podem interferir no andamento da gravidez. Conhecendo-os precocemente, o médico tem mais condições de atuar”, diz Luiz Fernando Dale, médico especializado em ginecologia pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo e em medicina da reprodução pela Universidade de Paris V.

Outro fator é perceber se o médico atende às expectativas e passa a segurança necessária. “O pré-natal não é simplesmente uma consulta ou um procedimento de rotina, ele marca o início de uma relação de vínculo. A mãe tem de ter abertura para colocar suas dúvidas e inseguranças, desde o primeiro momento”, diz Albertina Duarte, mestre e doutora em ginecologia pela USP (Universidade de São Paulo).

A seguir, confira seis temas que não devem ficar de fora dessa primeira conversa.

  • Histórico de gestação

    Antes mesmo de bombardear o médico com dúvidas, passe informações sobre como foi o processo para engravidar, se teve alguma gestação ou aborto anterior. "É fundamental ir para a consulta com a data da última menstruação em mente", diz Albertina. Fale também sobre as gestações das mulheres mais próximas da sua família, principalmente se houve perda de bebês ou prematuridade. Caso seja sua segunda gravidez, detalhe como passou do primeiro ao nono mês e como foi o parto.

  • Histórico de saúde

    Pense um pouco sobre sua saúde em todas as fases da vida e, se possível, anote as intercorrências importantes que teve para não esquecer nada. Conte ao médico sobre doenças infecciosas, crônicas e sexualmente transmissíveis que teve. "Se desenvolveu anorexia, anemia e distúrbios psicológicos, como depressão, não deixe de informar ao médico. Cirurgias ginecológicas e abdominais também devem ser relatadas, assim como problemas na bacia ou no cóccix, que podem dificultar o parto normal", afirma Albertina. Se já teve reações a anestesias, hemorragias ou dificuldade de cicatrização também deixe o obstetra a par.

  • Alimentação e outros hábitos

    Converse com o profissional sobre sua alimentação e rotina de exercícios e peça orientações específicas. Se usou drogas em algum momento da vida, ou mesmo se ainda usa, não tenha receio de falar. Afinal, ele poderá adotar uma conduta diferente a partir dessa informação, fazendo o possível para evitar intercorrências. "Se parou de usar drogas há menos de dois anos, não deixe de frisar isso para o médico. Quem fumou por um período longo e parou há um ano, mais ou menos, ainda corre risco de ter um bebê com baixo peso", diz Albertina. Outra recomendação é comentar sobre o tipo de trabalho que tem, dentro e fora de casa, e também sobre os tratamentos estéticos que costuma fazer. "Algumas tinturas carregam metais pesados, que podem levar à má formação fetal. Existem cremes que, ao serem aplicados na pele, chegam ao bebê e podem causar problemas, como alergias. Procedimentos que envolvem laser e ácidos também pedem cautela. É essencial ouvir as orientações do médico e segui-las à risca", conta Ricardo Leão, médico especialista em ginecologia e obstetrícia e em cirurgia ginecológica endoscópica.

  • Expectativas em relação ao parto

    Na primeira consulta, a mãe pode falar sobre suas aspirações, principalmente sobre o tipo de parto, os procedimentos a serem utilizados e se pretende ser assistida por uma doula ou não. Ela também pode simplesmente ouvir as opiniões do médico sobre tudo isso. "É claro que, ao longo da gestação, outras questões e expectativas vão surgir. A via a ser usada para o nascimento, por exemplo, só é definida no último momento. No entanto, se a mulher tem uma posição definida quanto a algumas questões, deve conversar com o médico, para ver se ambos estão de acordo", afirma Leão.

  • Mudanças no dia a dia

    Pergunte qual será a frequência das consultas, quais exames precisarão ser feitos em cada fase, para se planejar. Também é importante saber quais medicamentos terá de tomar, se deverá atualizar seu calendário de vacinação e, principalmente, quais remédios deverão ser evitados na gestação. Se precisar mudar algo em seu dia a dia, para garantir o bom andamento da gravidez, peça que o médico faça as recomendações por escrito. "Não saia do consultório sem entender por que adotar cada um dos cuidados recomendados pelo ginecologista. Se tiver dúvidas, pergunte uma, duas vezes, quantas forem necessárias", fala Albertina.

  • Como contatar o médico

    É importante ficar segura de como e quando poderá contatar o médico, principalmente se ele estiver fora da clínica. Alguns profissionais informam o celular e o número residencial. Outros colocam seus assistentes à disposição. De qualquer forma, é bom saber o que ele espera que você faça caso surja uma emergência em um domingo à noite, por exemplo. E, claro, avaliar se a resposta dele a satisfaz. "Via de regra, o obstetra tem de ser um profissional acessível. O ideal é que ele deixe com a paciente seus contatos pessoais. Porém, é importante que ele a oriente sobre o pronto-socorro que pode acessar ou um médico substituto que possa atendê-la, caso ele precise se ausentar", diz Dale.