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No útero, bebê distingue sabores e reconhece vozes; veja outras habilidades

A partir da 10ª semana de gestação, o feto pode perceber e reconhecer o batimento cardíaco da mãe - Getty Images
A partir da 10ª semana de gestação, o feto pode perceber e reconhecer o batimento cardíaco da mãe Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL

31/10/2016 07h05

Muitos mistérios rondam a vida dos bebês ao longo das semanas que eles passam na barriga das mães. O que eles fazem o tempo todo? Por que se mexem tanto? Qual é o grau de percepção que têm do mundo exterior?

Os especialistas ouvidos pelo UOL respondem a seguir essas e outras dúvidas.

  • Nem tudo é tédio

    A vida dentro do útero da mãe pode parecer monótona para quem está do lado de fora, mas, para os bebês, até que é bem agitada. Eles podem chupar o dedo, piscar, bocejar, fazer caretas e se mexer muito. A movimentação costuma ser sentida pela mãe, principalmente, a partir da 20ª semana e é um ótimo indicador de que o feto está bem oxigenado e alimentado.

  • Soninho bom

    O bebê dorme de 16 a 18 horas por dia intercalando momentos de sono e de vigília. Às vezes, esse período coincide com a hora de descanso da mãe. Outras, não. Por isso não é preciso ficar muito preocupado quando o bebê passa algumas horas sem se mexer. Ele pode apenas estar dormindo, segundo o obstetra Domingos Mantelli, idealizador do curso Bebê Genial, realizado pelo Instituto Mãe, em São Paulo.

  • Sabores

    As papilas gustativas começam a se desenvolver na boca do feto a partir do segundo mês de gestação. Com o passar do tempo, ele vai aprimorando a habilidade de sentir diferentes sabores no líquido amniótico. A partir da 32ª semana, esse sentido fica ainda mais apurado, e o bebê já é capaz de distinguir o doce, o salgado, o ácido e o amargo.

  • Ruídos reconfortantes

    A partir da 10ª semana de gestação, o feto pode perceber e reconhecer o batimento cardíaco da mãe. É exatamente por isso que recém-nascidos tendem a ficarem calmos quando colocados no colo, pertinho do coração. O barulho remete aos meses de segurança dentro do útero.

  • Cuidado com o que diz!

    Entre a 18ª e 25ª semana, o bebê já tem o sistema auditivo completo e, por isso, é capaz de escutar o que acontece do lado de fora da barriga. É verdade que os sons chegam abafados aos ouvidos recém-formados, mas é possível ouvir vozes, músicas e ruídos. "A partir do quinto mês, ele pode distinguir o timbre da voz da mãe e de familiares. Nessa fase, é importante conversar com o bebê e colocá-lo em contato com músicas. Isso favorece a sensação de acolhimento após o nascimento", fala Rosa Maria Neme, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

  • Nervosismo e estresse via cordão umbilical

    Quando passa por situações de estresse, o ser humano libera uma série de hormônios, como adrenalina e cortisol. O mesmo acontece com as gestantes. Os sentimentos e os humores maternos tendem a afetar o feto, que está exposto aos mesmos hormônios que ela. "Bebês de mães que passam por situações estressantes têm mais dificuldade para ganhar peso. O volume do líquido amniótico também pode diminuir", diz Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo. Mas não há comprovação científica consistente que relacione o estresse da mãe à saúde psicológica do filho. "O que sabemos é que o bebê sente o efeito da adrenalina liberada pela mãe em situações de estresse e isso faz com que se agite um pouco mais", fala Rosa Maria.

  • Xixi limpinho

    O aparelho urinário do bebê se desenvolve por completo a partir do quinto mês de gestação, permitindo que ele faça xixi dentro do útero sempre que necessário. Mas vale lembrar que a urina de um feto é composta basicamente por água e é resultado da ingestão do líquido amniótico. Substâncias que seriam nocivas para o bebê ingerir, como ureia, são enviadas para a mãe, via cordão umbilical, e excretadas por ela.

  • Sensação de prazer

    O sexo libera hormônios e interfere em uma série de atividades funcionais do organismo. Logo, é natural que o feto perceba algo diferente quando a mãe tem relação sexual. "Se a mulher está passando por algo que lhe dá prazer, o bebê sente uma coisa boa", diz Leite.