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Queimar o bebê no banho ou deixá-lo cair são os maiores pesadelos dos pais

Milena Souza tinha medo de deixar a filha, Sofia, no berço à noite, quando ela era recém-nascida - Momento Único Foto e Filmagem/Divulgação
Milena Souza tinha medo de deixar a filha, Sofia, no berço à noite, quando ela era recém-nascida Imagem: Momento Único Foto e Filmagem/Divulgação

Colaboração para o UOL

01/09/2016 07h15

“Quando a Sofia nasceu, tudo era novidade para mim e me apavorava. Nos dois primeiros dias em casa, tinha tanto medo de deixá-la sozinha à noite no berço que eu e ela dormimos no sofá. Imaginava que ela poderia parar de respirar, engasgar ou sufocar com a coberta”, conta Milena Souza, 31, sobre a filha, hoje com dez meses.

O receio de Milena é compartilhado por muitos pais, principalmente os de primeira viagem. A seguir veja medos comuns e como lidar com eles.

Consultoria: Thiago Gara, coordenador da pediatria do Hospital São Luiz - Anália Franco; Cláudia Tanuri, neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, e Felipe Lora, pediatra do Hospital Infantil Sabará, todos de São Paulo.

  • O bebê cair do colo

    Para diminuir as chances de perder o equilíbrio, os pais devem evitar calçados com solado escorregadio. Para as mães, vale ainda a recomendação de não usar salto muito alto. No caso delas, também é válido não vestir saias longas demais, que aumentam a chance de enroscar o pé no tecido e tropeçar. Ao descer escadas, é sempre necessário segurar no corrimão. Alguns pais temem deixar a criança cair quando estão sentados no sofá, pois têm receio de adormecer, devido ao cansaço comum dos primeiros dias com o recém-nascido. Nesse caso, a dica é, quando se sentir sonolento, prefira deixar o bebê com outra pessoa, no berço ou no moisés. Sobre quedas, vale ressaltar que o bebê conforto jamais deve ser colocado em cima de algum móvel, tendo de ficar sempre no chão, com a criança presa pelo cinto de segurança. Se o medo estiver relacionado ao fato de o recém-nascido ficar no colo de outras pessoas (principalmente idosos e crianças), peça que elas permaneçam sentadas.

  • O bebê ser queimado com a água do banho

    O uso de um bom termômetro costuma resolver a questão. A temperatura ideal da água deve variar entre 36ºC e 37,5ºC, esteja calor ou não. Além disso, é importante ficar de olho nas reações da criança durante o banho. Pode ser que ela prefira a água um pouquinho mais quente (o máximo recomendado por alguns pediatras é 38ºC, mas essa temperatura não é um consenso) ou um pouco mais morna. Leia mais

  • O bebê passar frio por estar usando pouca roupa

    Mesmo sendo recém-nascida, a criança não deve usar roupas demais, ainda mais em dias de temperaturas amenas ou altas. Para ter uma ideia do que vestir no bebê, use você mesmo como guia. Se está de camiseta de manga curta e bermuda, um body de manga curta e calça fininha bastam. Outro bom guia para saber se o filho está passando calor ou frio é a temperatura das mãos e a presença de suor na testa.

  • O bebê engasgar mamando ou aspirar o que regurgitou

    O aleitamento materno é um dos métodos alimentares mais seguros e anatômicos que existe para o bebê. Se em algum momento a mama estiver muito cheia de leite, a criança até pode engasgar, mas normalmente ela consegue resolver a situação espontaneamente, regurgitando ou agitando o corpo para se livrar do que ficou parado. Se houver grande produção de leite e isso deixar a mulher com medo, ela pode fazer a ordenha manual antes de amamentar para retirar o excesso.

  • Fazer cama compartilhada e rolar por cima da criança dormindo

    Alguns dos princípios básicos para a prática da cama compartilhada é não ser obeso mórbido e não usar drogas ou medicamentos pesados que induzem o sono. Se você tem o sono muito agitado também não vale a pena arriscar. Leia mais

  • Expor demais o bebê nos passeios para tomar sol

    Até as 10h e depois das 16 h, as crianças não só podem como devem ser expostas ao sol para se manterem saudáveis e sintetizar a vitamina D. Porém, em dias muito quentes, mesmo nessas faixas de horário, é importante ficar de olho. Se a pele do recém-nascido começar a ficar avermelhada, é hora de buscar por uma área de sombra.

  • O bebê ficar doente por conta do contato com outras pessoas

    Nos primeiros dois meses de vida, a criança não tem boa imunidade ainda. Por isso, é importante evitar que muitas pessoas tenham contato com o bebê ao mesmo tempo e que ele fique em ambientes fechados, para prevenir o contágio por vírus e bactérias.

  • O bebê morrer dormindo

    A síndrome da morte súbita, ainda que rara, ocorre mais facilmente em bebês colocados para dormir de barriga para baixo, pois eles não conseguem virar a cabeça para o lado sozinhos e desobstruir as vias aéreas. Então, a recomendação é colocar a criança de barriga para cima e com a cabeça levemente mais elevada, para evitar também refluxo gastroesofágico.

  • Deixar entrar água no ouvido do bebê no banho

    Se acontecer, isso não é um problema. Os bebês naturalmente vivem imersos em água desde o útero. Otites geralmente são causadas por infecção por vírus e bactérias.

  • Afogar o bebê na banheira

    Seria preciso ficar muito tempo completamente imerso para que a criança se afogasse. Porém, o recomendado pelos especialistas é realmente não colocar água demais na banheira --esse cuidado, inclusive, torna mais fácil segurar a criança. Geralmente, um palmo de água --ou o suficiente para cobrir o corpo até a base do pescoço-- é mais que o suficiente para o banho, e, de quebra, não deixa a criança passar frio.

  • Machucar o umbigo quando for limpá-lo

    É um medo que não procede, pois o umbigo é uma cicatriz, não dói --o coto umbilical é um resto do cordão umbilical, estrutura formada durante a gestação que liga a placenta ao bebê. Evidentemente, é importante fazer a limpeza (com álcool 70 graus e algodão, a cada troca de fralda) com delicadeza, por se tratar de uma criança muito pequena, mas nada além disso. Geralmente, o coto cai entre o sétimo e o 21º dia de vida do bebê. Leia mais