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Alisar os cabelos na adolescência requer cuidados específicos

O alisamento deve ser  feito após a puberdade. No caso das meninas, dois anos após a primeira menstruação - Thinkstock
O alisamento deve ser feito após a puberdade. No caso das meninas, dois anos após a primeira menstruação Imagem: Thinkstock

Catarina Arimatéia

Do UOL, em São Paulo

12/06/2013 08h15

Cada vez mais adolescentes têm procurado os salões de beleza atrás de procedimentos para alisar os cabelos, uma prática bastante comum entre mulheres adultas. Quando os argumentos dos pais para que o filho ou a filha mantenha o visual natural não surtem mais efeito, é papel dos adultos orientar, acompanhar o tratamento e alertar sobre os riscos.

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“O ideal é que o alisamento seja feito após a puberdade. No caso das meninas, de preferência, dois anos após a primeira menstruação”, diz a dermatologista Claudia Marçal, membro titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Antes disso, os fios ainda sofrem com as alterações provocadas pelos hormônios, o que pode torná-los mais frágeis e quebradiços.

“Os adolescentes até podem fazer alisamento, desde que respeitem algumas condições e haja um responsável para acompanhá-los”, diz a dermatologista. Veja abaixo algumas orientações para se buscar o tratamento mais seguro:

1 - Em primeiro lugar, é necessário procurar um salão de confiança que, antes de submeter o jovem ao procedimento, faça um teste em uma mecha. De preferência, na região da nuca.

2 - Não se deve realizar o alisamento em indivíduos que tiveram asma na infância ou que sejam alérgicos.

3 - Outro ponto importante é não realizar o procedimento sobre cabelos em que foram feitos reflexos ou luzes em um período inferior a três meses.

4 - Sempre peça para o profissional mostrar o produto que será utilizado para checar se existe o número de registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

5 - Com o produto em mãos, é preciso verificar as substâncias que serão utilizadas no alisamento. As únicas liberadas pela Anvisa são: tioglicolato de amônio, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, hidróxido de lítio e hidróxido de guanidina. O formol acima de 0,2% e o glutaraldeído são proibidos para fins de alisamento capilar.

6 - Os produtos registrados pela Anvisa com numeração 343/05 não podem ser utilizados para alisar os cabelos. Por isso, é importante checar se no rótulo não consta essa numeração.

Os cuidados não devem ser restritos aos alisamentos feitos em salões. “A Anvisa fiscaliza, no entanto, muitos jovens alisam os cabelos em casa. Nesse caso, o controle tem de estar a cargo dos pais”, diz a terapeuta capilar Sheila Bellotti, com graduação em estética capilar avançada pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e especialização em cosmetologia.

Riscos

O alisamento inadequado pode trazer sérias consequências. “Os procedimentos químicos rompem as ligações das fibras capilares, tornando-as frágeis, o que leva à quebra delas. Os cabelos ainda podem sofrer incompatibilidade química", diz Sheila Bellotti. Ela explica que a incompatibilidade química pode acontecer quando a pessoa já passou por um procedimento, como tintura e descoloração, e a sobreposição de produtos pode alterar o resultado e prejudicar o fio. Outros problemas apontados pela especialista, em caso de um procedimento malfeito, são queimaduras no couro cabeludo, reação alérgica e queda do cabelo.

Segundo a dermatologista Claudia Marçal, os adolescentes em geral podem estar mais sujeitos a ter problemas após o alisamento por não tomarem os cuidados recomendados pelo profissional, como se expor ao sol e ao cloro da piscina com a proteção adequada (o correto é umedecer os fios e passar um pouco do condicionador de costume antes). É importante também cuidar que o adolescente tenha uma alimentação bem equilibrada, rica em frutas, verduras e legumes, para garantir a saúde dele e dos cabelos.

Cabelos naturais

O papel dos pais quando o adolescente manifesta a vontade de alisar o cabelo deve ser orientar sobre as consequências do procedimento e valorizar a manutenção dos fios naturais. “Deve-se incentivar o jovem a cuidar do cabelo sob a orientação de um profissional, que pode recomendar produtos e tratamentos específicos, como leave-in e hidratação, conforme cada caso”, diz a terapeuta capilar.

Para obter um efeito de alisamento, mas sem recorrer a químicas mais fortes, também é possível adotar a chapinha ocasionalmente. “Ela é menos agressiva, mas também altera a haste do cabelo -menos, mas, mesmo assim, pode ser prejudicial”, afirma o dermatologista Valcinir Bedin, tricologista (especialista em cabelos) e presidente da SBC (Sociedade Brasileira do Cabelo).