Topo

Manta solta no berço pode sufocar o bebê; veja medidas de segurança

Portas no começo e no topo de escadas impedem que o bebê que já engatinha sofra um acidente - Getty Images
Portas no começo e no topo de escadas impedem que o bebê que já engatinha sofra um acidente Imagem: Getty Images

Juliana Zambelo

Do UOL, em São Paulo

09/05/2014 07h05

A chegada de um bebê é cercada de transformações na vida familiar, algumas de ordem bastante prática. A casa, por exemplo, tem de passar por alterações para se tornar mais segura para o novo morador. Muitas delas são simples, mas essenciais para prevenir acidentes, que podem ter consequências graves.

Entre as principais causas de hospitalizações entre crianças de até quatro anos estão quedas, sufocação, queimaduras e intoxicações, segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2010. A seguir, especialistas indicam medidas básicas para oferecer mais segurança dentro de casa, como complemento aos cuidados da família.

“A principal medida de prevenção para evitar qualquer tipo de acidente na infância é a supervisão do adulto”, afirma Lia Gonsales, coordenadora de mobilização da ONG Criança Segura, que atua na prevenção de acidentes com crianças e adolescentes.

Berço

Segundo dados do Ministério da Saúde, sufocação é a principal causa de mortes acidentais de crianças até um ano. Um das medidas simples mais importantes que os pais devem observar é manter o berço livre de qualquer objeto solto, como brinquedos, travesseiros e tecidos, que possam sufocar o bebê.

Segundo Viviane Mandarino Terra , coordenadora de saúde da criança do Centro de Saúde Escola Samuel Pessoa, da Faculdade de Medicina da USP, se for necessário usar uma coberta, ela deve ser colocada na altura do peito do bebê e presa firmemente nas laterais e no pé do colchão. A cabeça deve ficar descoberta o tempo todo.

Brinquedos

Objetos pequenos também podem provocar sufocação em crianças, por isso é importante que os brinquedos sejam adequados à sua faixa etária e que não possuam peças pequenas que possam se soltar.

Veja medidas que tornam a casa segura para crianças. As dicas estão divididas por ambientes

Confira

Para ter mais segurança, vale observar se o brinquedo possui o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), afirma Lia Gonsales, da ONG Criança Segura.

Janelas

Em casas e apartamentos, janelas, sacadas e varandas oferecem grandes riscos para as crianças, que podem sofrer quedas com graves consequências.

“Para esses locais, o uso de redes de proteção é essencial”, diz Lia Gonsales. As redes devem ser revisadas constantemente para garantir que permaneçam seguras.

Escadas

Escadas também apresentam riscos para a criança pequena que já anda ou engatinha. Para evitar que ela sofra uma queda, deve-se instalar portões de segurança no topo e no final da escada, e mantê-los sempre fechados.

Banho

“Toda criança deve sempre ser supervisionada quando estiver próxima à água”, diz Lia Gonsales. Durante o banho, não é recomendável deixar a criança sozinha nem que seja por poucos minutos, mesmo que a banheira esteja com pouca água.

Se for preciso se afastar da banheira, leve o bebê com você. Para o caso de precisar de mais água quente, mantenha desde o início a seu lado uma garrafa térmica cheia.

Vaso sanitário

Com crianças pequenas, os afogamentos podem acontecer mesmo em níveis muito baixos de água, por isso mantenha os vasos sanitários fechados com algum tipo de trava ou feche sempre a porta do banheiro.

“Até baldes e bacias devem ser armazenados vazios, virados para baixo e longe do alcance das crianças”, fala Lia Gonsales, da Criança Segura.

Trocador

Quedas de alturas consideradas pequenas para um adulto podem ferir gravemente um bebê e um simples descuido no momento da troca de fralda pode causar um acidente.

Segundo Viviane, da USP, os bebês começam a conseguir se virar muito precocemente, às vezes antes dos dois meses, e podem rolar para fora do trocador ou da cama. “Por isso é essencial manter a mão no bebê durante todo o processo de troca”, diz Lia Gonsales.

Tomadas e eletrônicos

Hoje, as casas estão repletas de aparelhos eletrônicos, com muitos fios em todos os cômodos. Para evitar choques, as tomadas devem ser isoladas com protetores ou cobertas por móveis.

Aparelhos pequenos como secadores de cabelo e ferros de passar devem ser guardados após o uso em um local fora do alcance das crianças.

Queimaduras na cozinha

A cozinha apresenta diversos riscos às crianças, em especial de queimaduras. “Na hora de cozinhar, procure utilizar as bocas de trás, e as panelas devem estar com os cabos para dentro do fogão”, diz Lia Gonsales, da ONG Criança Segura.

É preciso também tomar cuidado com a porta do forno quando ela estiver quente.

Remédios

Os medicamentos devem ser mantidos em locais altos, fora do alcance das crianças, de preferência em armários trancados. Lia Gonsales lembra que elas podem confundir remédios com balas e doces, o que pode aguçar ainda mais sua curiosidade.

Produtos de limpeza e higiene

Produtos de higiene e de limpeza coloridos podem ser confundidos pelas crianças com refrigerantes e sucos, em especial aqueles armazenados em garrafas PET. Por isso, deve-se evitar ter em casa produtos tóxicos nessas embalagens. Todos esses produtos devem ser mantidos em local alto ou em armários trancados.

Plantas

Algumas plantas também podem ser tóxicas para os pequenos moradores. Para evitar intoxicação, Lia Gonsales, da ONG Criança Segura, diz que é preciso pesquisar os tipos de planta que se tem em casa quando o bebê chegar, assim como as que forem adquiridas depois, para ter certeza de que não farão mal a ele.