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"Junk food" na gravidez pode viciar criança em gordura e açúcar

Preferência por alimentos calóricos é resultado de alteração no sistema de recompensa do cérebro - Getty Images
Preferência por alimentos calóricos é resultado de alteração no sistema de recompensa do cérebro Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

16/04/2015 15h23

 

Pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, revelaram que grávidas que consomem "junk food" em excesso "programam" seus bebês para serem fãs de alimentos ricos em gordura e açúcar.

O estudo constatou que, no fim da gestação, as mulheres que comiam alimentos gordurosos e/ou açucarados tinham mais chance de ter filhos viciados nesses sabores em comparação com aquelas que ingeriam esse tipo de comida apenas no início da gravidez.

Segundo Jessica Gugusheff, autora do estudo e pós-doutoranda na Escola de Agricultura, Comida e Vinho da universidade, quando o consumo de "junk food" era feito apenas no início da gestação, as chances de reduzir os efeitos negativos dessa dieta eram maiores, pois muitas gestantes conseguiam adotar uma alimentação mais saudável.

Para os pesquisadores, a preferência por alimentos muito calóricos é resultado de uma alteração na sensibilidade do sistema de recompensa do cérebro. Normalmente, ele é acionado quando substâncias com alto teor de gordura e açúcar são ingeridas. No entanto, segundo os cientistas, algumas pessoas têm sistemas menos sensíveis, fazendo com que seja necessário consumir ainda mais gordura e açúcar para obterem a mesma satisfação.

Beverly Mühlhäusler, que também participou do estudo, diz que o fenômeno acontece, pois a área do cérebro cresce mais rápido na gravidez, tornando-o mais suscetível a alterações.

Para os pesquisadores, o estudo irá permitir que as grávidas estejam mais conscientes sobre o efeito da dieta no desenvolvimento das preferências alimentares dos filhos. Beverly diz acreditar que a descoberta vai ajudar as mães a tomarem decisões melhores sobre como se alimentar, pois o estudo deixa claro o quanto um cardápio ruim pode ser prejudicial para a criança no futuro.