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Casal de lésbicas faz tratamento e mulheres engravidam ao mesmo tempo

Kate Elazegui e Emily Kehe ficaram grávidas ao mesmo tempo - Reprodução/New York Magazine
Kate Elazegui e Emily Kehe ficaram grávidas ao mesmo tempo Imagem: Reprodução/New York Magazine

Do UOL, em São Paulo

19/01/2016 18h33

 

Casadas há dois anos, Kate Elazegui e Emily Kehe, de Nova York, nos Estados Unidos, decidiram que era a hora de ter um filho. O que nem elas nem os médicos esperavam era que as duas ficariam grávidas ao mesmo tempo. As informações são da revista "New York Magazine".

Quando resolveram engravidar, o casal buscou uma clínica de fertilização, e a médica escolheu Emily, por ser a mais jovem, para gestar o bebê. No entanto, Kate, que até então não tinha vontade de ficar grávida, decidiu que queria carregar o filho.

Depois que as duas escolheram um doador de sêmen, um "homem parecido com o ator Keanu Reeves", como elas mencionam na reportagem, o processo de inseminação artificial começou. Após seis meses sem sucesso, Kate resolveu, como última tentativa, fazer uma fertilização, que não foi coberta pelo plano de saúde (na inseminação, introduz-se o espermatozoide dentro do útero. Já na fertilização, o óvulo é fecundado pelo espermatozoide e só depois colocado no útero).

Foi quando a médica sugeriu que Emily também fizesse uma inseminação. "Você está louca? E se as duas ficarem grávidas?", questionou Kate na ocasião. “A especialista respondeu: 'As chances disso acontecer são muito pequenas'.”

Emily engravidou na primeira tentativa, o que deixou Kate feliz, mas um pouco frustrada. Como a gravidez de Emily estava muito no início e o tratamento de Kate já estava na metade, a médica prosseguiu com a fertilização e Kate também engravidou.

Prós e contras

Enquanto a gravidez de Emily foi tranquila, Kate não teve a mesma sorte. Ela teve diabetes gestacional e se sentia ansiosa o tempo todo. "Os prós e contras de ter sua mulher passando pela gravidez, trabalho de parto e maternidade ao mesmo tempo, é que você não consegue evitar comparações. Minha gravidez estava três semanas depois da de Emily. Ela ia sentir algo que, algumas semanas depois, eu também sentiria. Teve coisas muito parecidas, mas outras que eram tipo 'uau, espera um minuto, por que seus mamilos estão assim e os meus não?", afirmou à revista.

Durante toda a gestação, as duas se organizaram em tudo: das tarefas domésticas às preparações antes do parto. Quando descobriram que teriam dois bebês, elas ainda tiveram de se mudar do apartamento de um quarto em que viviam. Como não podiam carregar peso, contaram com a ajuda de parentes e amigos para realizar algumas tarefas. 

Para Kate, a parceria entre as duas funcionou, pois não havia espaço para sentir pena uma da outra. "Acho que o clichê da gravidez é que a mulher reclama muito. Mas qual é o sentido? Você reclama, pois quer que sintam pena. Você quer que a outra pessoa fale: 'Oh, vou cuidar de você’. Nós não podíamos fazer isso.  Nós duas sentíamos as mesmas coisas e tínhamos alguém que nos compreendia, mas sem sentir pena", disse à "New York Magazine".

Emily foi a primeira a entrar em trabalho de parto, que durou 18 horas, e Kate ficou firme e forte ao lado da companheira durante todo o processo para dar apoio físico e emocional. Quatro dias depois foi a vez dela de passar pela mesma experiência.

Os meninos Reid, parido por Emily, e Eddie, por Kate, nasceram saudáveis. Depois do nascimento, as duas enfrentam um novo desafio: conectarem-se com os dois meninos igualmente, sem escolher o próprio como “preferido”.