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Entenda o crupe, doença que bebê de Fernanda Rodrigues teve nos EUA

Bebê de Fernanda Rodrigues teve crupe nos EUA - Reprodução/Instagram
Bebê de Fernanda Rodrigues teve crupe nos EUA Imagem: Reprodução/Instagram

Melissa Diniz

Do UOL

24/01/2017 04h00

Era para ser uma tranquila viagem de férias em família. Mas, em vez disso, a atriz Fernanda Rodrigues viveu momentos de desespero em Orlando, nos Estados Unidos, ao ver seu filho caçula, Bento, dez meses, adoecer de repente. Ele teve crupe, uma doença viral cujos principais sintomas são dificuldade para respirar e tosse estridente ou “de cachorro”.

Em seu blog Cheguei ao Mundo, Fernanda relatou a experiência dolorosa. “Ele começou a respirar estranho e a tossir com um barulho que parecia um cachorro latindo. Não era uma tosse normal, seca ou com secreção… A gente conhece tosse! Era uma coisa muito estranha, um barulho que parecia aquele macaquinho que a gente tinha quando era criança, Murph.”

Língua estrangeira

Já ficando roxo, Bento foi levado com urgência para o hospital, recebeu nebulização com medicamentos, mas não melhorou tão rápido. Isso porque o quadro era causado por um vírus e seria necessário esperar o ciclo da doença. Fernanda contou que estar em outro país tornou a situação ainda mais dramática e foi preciso contar com o auxílio de um tradutor para compreender os termos técnicos utilizados pela equipe médica do Arnold Palmer Hospital for Children.

O estresse da família diminuiu ao encontrar uma pediatra brasileira, em outro hospital, que continuou o atendimento do bebê em português e com maior regularidade. A clínica até emprestou um nebulizador, que não é vendido sem receita médica no país. Mesmo assim, a família decidiu voltar para o Brasil com uma semana de antecedência. “A febre foi espaçando até acabar, a respiração foi melhorando, nós fomos nos acalmando e nosso pequeno foi voltando ao normal.”

Sintomas e tratamento

Segundo o pediatra Moises Chencinski, crupe é o nome mais comum para a laringotraqueobronquite, uma doença que atinge as vias aéreas e que se manifesta pela falta de ar e pelo estridor ao tentar respirar. “No tempo das vovós, dava-se o nome de crupe à difteria. Um quadro bacteriano similar e que hoje já não acontece, porque as crianças são imunizadas pela vacina tríplice”, explica.

Mais comum no outono e inverno – estação atual nos Estados Unidos -- e em meninos de um ano e meio a dois anos, o crupe pode atingir partes diferentes do sistema respiratório, como a laringe, a faringe e até os brônquios. Quanto mais a doença desce, mais grave se torna. A inflamação causa um estreitamento dos canais por onde passa o ar e a criança não consegue respirar direito, daí o barulho. “Em lactentes até um ano de idade, um milímetro de edema na região abaixo da glote provoca 50% de diminuição do calibre da traqueia, diminuindo muito a capacidade respiratória”, diz.

Ao notarem os sintomas, o médico recomenda que os pais levem a criança imediatamente ao pronto-socorro. “O quadro é grave. Na maioria das vezes, a criança precisa ser internada para receber soro, medicação, nebulização e, muitas vezes, precisa ser entubada”, afirma.

Causas

Os vírus que causam o crupe são os mesmos que causam a gripe, influenza A e B. “O problema é que, nos Estados Unidos, a vacina é dada no segundo semestre e, aqui, no primeiro semestre do ano seguinte. Lembrando que a imunização dura de seis a oito meses. Então, a criança que tomou a vacina aqui, entre abril e maio, já não está mais imune em janeiro do outro ano”, explica o médico.

Para diminuir as chances de problemas de saúde em crianças no exterior, Chencinski sugere sempre conversar com o pediatra antes de viajar. “Verifique se as vacinas estão em dia e quais cuidados devem ser tomados, como evitar aglomerações e locais fechados em que a chance de contaminação é maior”, diz.