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Após perder gêmeos, casal engravida de quíntuplos naturalmente

Após perder os filhos gêmeos, a técnica em enfermagem Carla Divina Faria de Oliveira teve mais uma gravidez de múltiplos - Arquivo Pessoal
Após perder os filhos gêmeos, a técnica em enfermagem Carla Divina Faria de Oliveira teve mais uma gravidez de múltiplos Imagem: Arquivo Pessoal

Thamires Andrade

Do UOL

17/02/2017 15h01

Após perder os filhos gêmeos no parto, a técnica em enfermagem Carla Divina Faria de Oliveira, 24, teve uma alegria: engravidou de quíntuplos naturalmente. Ela e o marido, o encanador industrial Luciano Gomes, de 39 anos, que vivem em Nerópolis, em Goiânia, receberam a notícia com surpresa. Segundo a lei de Hellin, teoria tradicional sobre a possibilidade de nascimentos múltiplos, a chance de quíntuplos nascerem naturalmente é de 1 a cada 65.610.000 nascimentos. "Foi um milagre", disse a futura mamãe em entrevista ao UOL.

Os gêmeos do casal nasceram prematuros, no sexto mês, e morreram logo após o parto. “O médico orientou que a gente esperasse de um a dois anos para tentar novamente e nem tínhamos esse plano no momento, já que só faz um ano que perdi os bebês, mas na troca da pílula anticoncepcional acabei engravidando".

Diferentemente da outra gestação, a técnica em enfermagem já começou a sentir enjoo antes mesmo da menstruação atrasar. "Foi um enjoo muito mais forte do que da outra gravidez. E permanece até hoje, que estou no quarto mês".

Já no primeiro ultrassom, Carla descobriu que estava grávida de quíntuplos. E, até então, só conseguiu ver o sexo de dois bebês: um menino e uma menina, que se chamarão Lucas e Giovana, respectivamente. "No começo, ficamos em choque e não acreditamos, mas depois a gente já foi se acostumando. Agora já é natural para gente a ideia de ter cinco bebês".

Como o marido não conseguiu acompanhar Carla no primeiro ultrassom, quem ficou responsável por dar a notícia em primeira mão foi o sogro. "Ele não acreditava, via as 'bolinhas' e achava que era um cisto, só depois que a ficha foi caindo".

Cuidados para gestação de risco

Os bebês estão bem, mas ainda assim a gravidez é considerada de risco, já que o parto será prematuro. "Só vou ficar tranquilizada no dia que os bebês saírem do hospital. O parto está previsto para final de maio, quando as crianças terão sete meses. Estou muito feliz, mas, ao mesmo tempo, preocupada. Acho que a felicidade e a preocupação, nesse caso, andam lado a lado".

Logo que descobriu a gestação, a técnica em enfermagem já foi afastada do trabalho. “Estou de repouso absoluto desde que descobri que teria quíntuplos. Passo a maior parte do tempo deitada e aproveito para me distrair lendo livros sobre gravidez, acessando a internet, mas não tem muito o que fazer, né? Queria aproveitar para aprender a fazer crochê”.

Mudanças na vida

Para acolher os bebês, o casal sairá da suíte onde dorme, para deixar que os filhos passem a ocupar o espaço. "Ficaremos no quarto de visitas e deixaremos o outro quarto que é maior para eles. Também teremos que providenciar um outro carro que caiba a gente e mais as cinco cadeirinhas dos bebês".

Ainda que eles não tenham comprado quase nada para os bebês, Carla conta que já ganhou os cinco berços de uma loja e pretende fazer um chá de fraldas em formato de jogo de futebol beneficente. "A ideia é que a gente arrecade fraldas, lenços umedecidos e etc."

Ela também já intimou os familiares para montar uma força-tarefa para cuidar dos bebês. "Minha mãe, minha sogra e minha cunhada, esposa do meu irmão, irão me ajudar a cuidar da casa e dos bebês depois que eles nascerem".