Thais Fersoza engravidou do 2º filho antes de um ano; há riscos nisso?
Pais de Melinda, de seis meses, Thais Fersoza e Michel Teló anunciaram que estão à espera do segundo filho, na sexta-feira (17). Para os pais que sonham com um intervalo pequeno entre um filho e outro –“para que os irmãos cresçam juntos”— é preciso pensar a nova gravidez com cautela, segundo médicos ouvidos pelo UOL.
“O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde dizem que o intervalo entre uma gravidez e outra tem de ser de, pelo menos, um ano e, idealmente, de dois”, afirma o ginecologista e obstetra Fábio Cabar, membro titular da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo) e da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
O período serve para que o corpo da mulher se recupere. Entre várias mudanças que acontecem na gravidez, pode-se citar o aumento do volume de líquidos na corrente sanguínea, exigindo mais do sistema cardiorrespiratório da mãe, e a frouxidão da musculatura, que acontece para acomodar o crescimento da barriga. Há também um risco maior para a mãe de anemia por carência de ferro, já que a gestação demanda muito dessa substância do organismo materno.
Via de parto
A questão do intervalo entre gestações ganha um cuidado maior quando o primeiro bebê nasceu de cesárea. Isso porque, nessa via de parto, é feita uma incisão que atinge sete camadas de pele e é necessário dar ao corpo tempo para cicatrizar esse corte.
“Antes de um ano, há um risco aumentado de ruptura do útero na área da cicatriz da primeira cesárea, durante o trabalho de parto”, afirma o ginecologista e obstetra Ricardo Luba, também membro da Sogesp.
Segundo Luba, a complicação é rara, mas deve ser considerada durante o pré-natal. “É possível acompanhar a espessura do útero por meio de exames de ultrassom.”
Cabar afirma que não recomendaria a uma paciente que fizesse uma cesárea simplesmente porque o primeiro filho nasceu por essa via de parto. “Mas se fosse o terceiro bebê, com os dois anteriores nascidos cirurgicamente, ele teria de nascer por cesárea.”
Amamentação
De acordo com os médicos ouvidos pela reportagem, outra questão a ser considerada em uma gestação com intervalo menor de um ano é a amamentação.
Embora admitam que não se trata de consenso, ambos recomendariam a suspensão do aleitamento do primeiro filho em caso de segunda gestação.
A justificativa de ambos diz respeito a liberação da ocitocina no organismo materno. O hormônio responsável pela descida do leite tem como efeito a contração do útero.
“Há risco de trabalho de parto prematuro, mas é claro que pode acontecer de a mulher engravidar, continuar amamentando e nada acontecer. Em medicina, a gente trabalha com probabilidades”, declara Barca.
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