Topo

Mãe quer manter gestação de filha com anencefalia para doar seus órgãos

Casal decidiu optou por continuar a gravidez. - Reprodução/Facebook
Casal decidiu optou por continuar a gravidez. Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

22/02/2017 15h23

Uma mãe de Oklahoma, nos Estados Unidos, decidiu que dará à luz a seu bebê, gravemente doente, para que possa doar os órgãos da recém-nascida. Em seu perfil no Facebook, Keri Young conta ter ficado devastada ao descobrir que a filha, chamada de Eva, nascerá sem uma parte de seu cérebro e crânio devido a uma condição conhecida como anencefalia.

O parto está programado para 7 de maio. Keri soube do destino da criança durante um ultrasom na 20ª semana de gravidez e, muito provavelmente, passará apenas alguns dias com a recém-nascida antes de a criança morrer. Em um post no Facebook, ela explica que sua decisão teve início já na época dos debates presidenciais, quando se debateu o aborto tardio.

Na época, ela ainda não sabia da notícia sobre o problema de Eva. "Lembro de pensar que, se eu fosse colocada nesta posição, gostaria que o bebê estivesse vivo e saudável durante o maior tempo possível. Portanto, se isso significa levar a gravidez para 40 semanas, eu levaria. E adoraria saber que o coração de minha filha bateria, mesmo que no corpo de outro bebê. "

Após o diagnóstico, ela reconhece que o casal teve muitos momentos de dúvida, mas que decidiu continuar com a gestação. "Eva terá uma vida, mesmo que curta. Ela vai doar tudo o que puder e fazer mais em seu tempo na terra do que eu sempre tive vontade", explicou. Keri ainda ressalta que esta não foi uma decisão religiosa. "Sim, fomos e ainda somos influenciados por nossas crenças, mas isso vai além", afirmou.

Royce, marido da americana, escreveu em um post no Facebook na semana passada, que desde então tem sido compartilhado milhares de vezes. Nele, diz concordar com a escolha escolha da esposa em terminar a gestação para, potencialmente, salvar a vida de outra criança.

"Essa doação veio a mente de Keri no momento em que descobrimos tudo. A experiência de segurar e beijar a nossa filha será algo que valorizamos para sempre, e o dom que ela tem dentro desse pequeno corpo é o que realmente importa. Keri viu isso quase instantaneamente", escreveu.