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Ritinha tem filho dentro do carro; você saberia como agir nessa situação?

Personagem de Isis Valverde entra em trabalho de parto dentro de um táxi - Estevam Avellar/Globo/Divulgação
Personagem de Isis Valverde entra em trabalho de parto dentro de um táxi Imagem: Estevam Avellar/Globo/Divulgação

Vivian Ortiz

Do UOL

27/05/2017 11h00

O parto da personagem Ritinha, vivida por Isis Valverde na novela "A Força do Querer", está previsto para ser exibido a partir do capítulo da próxima segunda-feira (29), pela TV Globo. Com contrações, ela sairá da casa da mãe e ficará presa em um engarrafamento, causado por uma troca de tiros entre policiais e bandidos.

Quem acabará auxiliando a futura mamãe será a policial Jeiza (Paolla Oliveira), que vai ajudar o bebê a nascer dentro de um táxi. Se você estivesse no lugar da personagem, saberia como agir nessa situação?

Antes de mais nada, é importante um planejamento por parte da grávida. "Vale ela pesquisar quais são os hospitais mais próximos da casa e do trabalho, até para saber onde chegar mais rápido em uma situação de emergência", destaca Luciana Rocha, que é doula e psicóloga especialista no universo materno.

Mas, mesmo com tanto cuidado, uma situação imprevista pode acontecer, como no caso da novela. E é melhor saber a melhor forma de proceder para tudo dar certo. 

1º passo: Telefone na mão

Pegue o aparelho e disque para o serviço de emergência assim que possível. Isso porque, mesmo na impossibilidade de chegar fisicamente ao local, os profissionais poderão orientar todo o processo à distância.

"Existem alguns riscos inerentes ao nascimento via vaginal, como a chance da criança não vir tão rápido quanto deveria, o de machucar o períneo da mãe ou ainda o de ocorrer um sangramento. Por isso, é muito importante esse apoio, mesmo que de longe", explica o ginecologista e obstetra Ricardo Luba.

2º passo: Respirar é fundamental

De acordo com Luciana, é importante lembrar a grávida de continuar respirando. "Quando temos dor, geralmente contraímos todos os músculos, incluindo os pulmões, e nossa tendência é a de segurar o ar", explica a doula, antes de completar. "Assim, peça para que a mulher se concentre na respiração dela".

Isso é válido enquanto as contrações estiverem mais ritmadas. Depois, vem o período expulsivo, que é quando o bebê coroa--a cabeça surge no canal vaginal da mulher. Chegou a hora do nascimento. "Aí não tem como falar para a mãe segurar até chegar ao hospital. A criança vem a partir daquele momento", diz Luciana.

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Imagem: Getty Images

3º passo: A melhor posição

Isso depende muito, diz Loti. "Hoje em dia, tem se falado bastante em ficar de cócoras para se ter o filho, desde que exista uma proteção para que o bebê não caia de cabeça no chão. Facilita mais do que a mulher ficar deitada", diz.

Luciana concorda: "A melhor posição é aquela que a mulher se sente confortável e pede para ficar, seja deitada, de cócoras, de quatro, etc", diz. Então, apenas respeite a vontade da parturiente.

4º passo: Limpe as mãos, se possível

A esterilização será o menor dos problemas no caso de um parto como o da personagem Ritinha. Isso porque, de acordo com a doula, o próprio canal vaginal tem as suas bactérias e está longe de ser estéril.

"Óbvio que não dá para aparar o bebê com a mão imunda, que mexeu no pneu do carro. Mas passar um álcool em gel, desses que quase todo mundo carrega na bolsa, já adianta bastante nesse aspecto", diz.

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Imagem: Getty Images

5º passo: Deixe a natureza agir

O auge do trabalho de parto chegou e, de repente, você está naquela situação em que a cabeça do bebê já está para fora, mas o corpinho ainda continua dentro da barriga. O que fazer? O ideal é ficar atento e aparar de perto a criança para que, quando tudo sair, ela não caia no chão.

No entanto, você não deve tocar no bebê, ao menos que esteja sendo orientado para tal pelo médico ao telefone. "A natureza é muito sábia e a própria criança faz a rotação--momento em que encaixa o ombro no osso da bacia da mãe. Se você a toca de forma errada, pode causar uma reação e ela travar essa rotação, iniciando um problema bem sério", diz Luciana.

Um medo bastante comum, quando apenas a cabeça está do lado de fora, é pensar que o bebê vai asfixiar. Isso não ocorre, segundo a doula, pois ele ainda respira com a ajuda da placenta. Fique calmo e atento, mas aguarde.

6º passo: Apresente mamãe e bebê e espere o socorro médico

Após o nascimento, saiba que nem toda criança chora de primeira. Por isso, evite dar qualquer tipo de "tapinha", com o intuito de fazê-la abrir o berreiro. Ela vai acabar fazendo isso sem a sua intervenção.

"Simplesmente coloque o bebê deitado sobre o peito da mãe, algo muito importante. Depois, vale a pena cobrir os dois com algum casaco ou tecido, para manter a temperatura corporal, e continuar aguardando o atendimento especializado", recomenda Luciana.

Sabe o cordão umbilical? Deixe a equipe de socorro cuidar disso. Também é fundamental que a mãe e o filho sejam encaminhados para o hospital mais próximo assim que possível. No caso da mulher, até para conferir se a placenta foi completamente expulsa do corpo após o parto, quando perde a sua função e existe o risco de necrose daquele tecido. "Exatamente por isso que sempre oriento um parto assistido por um médico" diz Luciana.