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Como agir se sofrer um assalto e seu filho estiver dentro do carro

Adriana Nogueira

Do UOL

02/06/2017 16h06

Na quarta-feira (31), a empresária Fabiana Fernandes Alecrim viu-se em uma situação que assombra os pais. Ao entrar em seu carro, foi abordada por dois assaltantes, em Sumaré (SP). O problema não era o veículo em si, mas o filho dela, João Pedro, de um ano e dez meses, que estava no banco de trás, na cadeirinha. Desesperada, ela lutou corporalmente com os bandidos, que tinham um revólver. Quando ela achou que eles iriam fugir com o menino, eles abriram a porta e tiraram a criança, deixando-a no meio da rua.

O desespero de Fabiana é completamente compreensível, mas segundo José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de segurança e atual consultor na área, a recomendação é evitar a todo custo o confronto com o criminoso.

Falar antes de fazer

“É difícil, mas manter a calma é fundamental. Deve-se evitar encarar e falar o que se vai fazer, antes de tomar qualquer atitude. Tipo: ‘Pode levar o carro, só vou abrir a porta e pegar meu filho’. Tem de ser um diálogo curto e funcional, porque o bandido também estará nervoso”, declara o especialista.

Para o UOL, Fabiana conta que chegou a falar para os assaltantes que só queria pegar o filho, mas diz achar que, por causa da película escura nas janelas, eles não acreditaram que havia mesmo uma criança dentro do carro. Desesperada, ela reagiu.

“Só me dei conta de que fui para cima deles quando vi o vídeo depois [gravado pela câmera da loja de açaí na qual a empresária havia parado]. Na hora nem pensei. Levei coronhada na cabeça e estou com o corpo cheio de hematomas, mas, graças a Deus, o João está bem.”

Em movimento

Silva Filho diz ainda que outra recomendação importante é nunca deixar a criança sozinha no carro, mesmo que se esteja próximo dele.

Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura, afirma que vê como preocupantes os relatos de pais que dizem abrir mão de transportar o filho em cadeirinhas por medo da abordagem de assaltantes.

“Nossa recomendação é nunca abrir mão do dispositivo de retenção. O que aconteceu com essa mãe ganha destaque no noticiário, mas não é comum de acontecer. Acidentes de trânsito são a principal causa de morte de crianças no Brasil, e a cadeirinha é a forma de preveni-los”, fala Gabriela.