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Proteste avalia marcas de babá eletrônica; veja como encontrar a melhor

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Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

02/08/2017 13h36

Quem tem bebê em casa sabe que as horas de sono dos pais podem melhorar um pouquinho com os aparelhos de babá eletônica, que ajudam a monitorar os pequenos mesmo à distância. Para medir a qualidade desses aparelhos, a Proteste--Associação de Consumidores--testou esses produtos em versões com e sem Wi-Fi.

Das oito marcas, Foscam Fosfobaby e Fisher-Price Bb 301 foram os que tiveram pior desempenho. Já o Motorola MBP622 conquistou a melhor pontuação. E o dispositivo MBP36S, também da Motorola, que vem com um plugue de tomada fora do padrão brasileiro e isso é ilegal, acabou sendo eliminado do teste.

De forma geral, constatou-se que ainda existe uma carência de aparelhos completos. Uma das avaliações foi do manual de instruções, que precisa ser simples e didático além de bem ilustrado.

Falta de apoio

No caso da marca Foscam Fosfobaby, por exemplo, o aplicativo que consta no manual, além de ser o errado, ainda está em inglês, impedindo que o usuário consiga acessar a câmera no celular ou tablet, perdendo tempo e precisando de apoio.

Já o manual é basicamente de instalação e não explica os vários termos ou recursos do app, fazendo com que o consumidor tenha que descobrir conforme usa o dispositivo. O aplicativo do celular ainda não emite nenhum som em caso de perda de sinal com a câmera, um risco se a casa ficar sem internet no meio da noite.

Caso a pessoa atenda a uma ligação, ainda perderá o monitoramento, ou seja, é necessário outro celular só para essa função.

Mais problemas

Outra marca não indicada, a Fisher-Price Bb 301 possui problemas em comum com o modelo da Foscam. Um exemplo é a mesma falta de aviso, em caso de desconexão com a câmera. O manual possui termos confusos e também deixa de incluir explicações sobre recursos e modos de uso, dificultando, ainda mais, a vida dos pais.

O erro mais grave, porém, é o sensor de movimento, que emite um alarme pela câmera - e não pelo receptor (celular ou tablet), como deveria ser. Assim, o bebê pode acordar assustado no meio da noite só por ter virado na cama.

Sigilo zero

Em comum, as duas marcas apresentam a falta de sigilo. Com hackers atuando diariamente em todo o mundo, usar aparelhos com internet requer cuidados, tal como criar uma senha forte e criptografada, com números e símbolos, e alterá-la com frequência. E é necessário que o consumidor tenha muito cuidado para quem dá a senha do Wi-Fi e a do app da babá.

Para uma melhor utilização, é necessário compreender rapidamente o funcionamento desses produtos, e o manual do aparelho precisa ser simples e didático. Por isso, apesar das fotos em preto e branco, o Motorola MBP622 e Multikids Baby BB126 se saíram bem, trazendo informações claras. Por outro lado, o manual da AngelCare é redigido em português de Portugal, o que vai contra o Código de Defesa do Consumidor.

Em contrapartida, a AngelCare foi a que obteve a melhor pontuação no teste de versatilidade, contemplando todos os acessórios e recursos que facilitam o uso, tais como sensor de som, de movimento e localizador do receptor.

Nada remoto

No entanto, foi constatado uma deficiência global entre todas as babás, pois não há um modelo que opere remotamente e que tenha um receptor próprio de imagem e de som específico para o produto, funcionando tanto com quanto sem Wi-Fi.

Excluindo as babás eletrônicas com Wi-Fi, todos os outros produtos possuem boa segurança, já que o alcance restrito de transmissão evita que intrusos consigam ter acesso de longe.

Diante desses resultados, a Proteste constatou que ainda há características que precisam melhorar em todos os aparelhos, como a versatilidade. Mas, apesar das falhas, há babás que cumprem o prometido, como a melhor do teste, Motorola MBP 622, e a escolha certa, Vtech VM311, que está R$ 267 mais em conta do que a primeira opção (comparação dos preços mínimos).

Sem registro

O teste teria mais três modelos: Multikids BB209, Philips In.Sight B120S e Vista Tecnologia Siga-me Baby 4. Contudo, ao verificarem se os registros na embalagem, no produto ou no manual eram válidos na Anatel, constatou-se que eles haviam sido cancelados.

Apesar de poderem ser comercializados, devido a estoques ainda existente no comércio, a Associação não recomenda esses dispositivos. Vale ressaltar ainda que a babá Motorola MBP36S, que foi eliminada deste teste, também teve o registro cancelado.