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Mãe diz em rede social que odeia o filho mais novo: "Me sinto culpada"

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL

02/10/2017 11h55

Amor de mãe é inquestionável? Uma usuária da rede social Reddit diz que não é bem assim. Em um post já deletado, mas reproduzido pelo jornal britânico "The Mirror", a mulher identificada como "dislikemythird" pede conselhos para superar seu sentimento em relação ao filho mais novo, de 3 anos.

Mãe de mais duas meninas de 6 e 8 anos, ela afirma que o garoto foi fruto de uma gestação não planejada - apesar do uso de anticoncepcional - que que só notou a gestação na 16ª semana, quando não poderia mais realizar o aborto - que, infere-se, é legal em seu país.

"Me sinto terrível falando isso, mas me flagrei desejando que a gestação tivesse um problema sério, que possibilitasse o aborto. Mas eu estava bem e tinha que disfarçar quando me davam 'parabéns'. Me senti em uma sinuca de bico", disse.

Na 36ª semana, apesar de ser ilegal, ela foi demitida do seu trabalho e afirma que, graças ao bebê, hoje trabalha em um ofício que detesta.

Com muitas cólicas e dificuldade para dormir, o bebê era visto como um fardo. "Eu honestamente odiava ele nos primeiros 18 meses. Não quero ser insensível, mas para ser honesta, eu e meu marido tivemos um período em que se ele tivesse morrido durante o sono, teríamos ficado aliviados", conta.

Hoje, ela diz que cuida do garoto "porque é obrigada". "Quando ele fala comigo, não me interesso. Quando ele me abraça, eu não sinto nada", diz a mulher, que afirma ter procurado tratamento psiquiátrico mais de uma vez para contornar o problema.

"Me sinto culpada e é por isso que estou aqui. Não quero julgamento, quero alguém que me ajude a tentar e a não me sentir assim", disse.

Outros usuários contaram disseram que já sofreram com o mesmo problema e relataram que, talvez, o sentimento nunca passe. "Minha falha no anticoncepcional tem 14 anos agora e o aborto era ilegal no meu país na época", declarou uma das pessoas.

Qual a razão para este sentimento?

Apesar de não deixar claro se foi diagnosticada, a mulher apresenta sinais do que poderia ser uma depressão pós-parto, causada por uma alteração hormonal, e agravada por fatores psicológicos, como pela gestação ter sido acidental. 

O estigma da depressão pós-parto ainda resiste em todo o mundo. No Brasil, uma a cada quatro mulheres sofre com este quadro e nem sempre consegue ajuda para contorná-lo.

O tema já foi abordado, inclusive por mães famosas, como a cantora Alanis Morisette, que passou por um tratamento apenas no 16º mês de vida do seu segundo filho.