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6 peças básicas do nosso guarda-roupa que um dia já foram tabu na sociedade

Do UOL, em São Paulo

13/10/2016 12h42

Sabe quando você acorda e resolve vestir a primeira blusa preta que vê no armário e combinar com a única calça jeans limpa que tem? Pois bem. Na próxima vez em que isso acontecer, lembre-se que, no passado, muita coisa rolou para essa escolha de peças ser considerada normal. É que esses e outros itens de moda, básicos no dia a dia de qualquer um, já foram tabu. E com muita ousadia, aos poucos, conseguiram entrar para o nosso visual e nunca mais sair.

Transgressores da moda

  • Reprodução

    Calça

    O uso da calça, antes restrito apenas aos homens, foi um dos marcos na luta pela igualdade de gêneros. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) influenciou seu uso por mulheres porque, com os homens nas batalhas, elas tiveram que assumir seus cargos e passaram a trabalhar fora de casa --o que gerou maior independência e mudança no comportamento. Nos anos 20, a estilista Coco Chanel (foto) reforçou essa nova atitude e deu início à popularização da calça para o público feminino.

  • Reprodução

    Terninho

    Outro símbolo de igualdade, o conjunto de saia e paletó sofreu mudanças progressivas desde o século 17. As saias foram encurtadas e o "tailleur" passou a ser usado como traje de trabalho nas vagas criadas para mulheres durante a Primeira Guerra Mundial. Tempos depois recebeu modelagens mais simples e práticas. Os anos 20 são os mais significativos na história do conjunto porque foi a década em que Coco Chanel criou seus modelos clássicos e revolucionários com saias em linha reta, na altura do joelho. Anos depois, em 1966, o estilista Yves Saint Laurent reforçou a nova atitude feminina ao criar o "Le Smoking" (foto), uma adaptação para o corpo feminino do clássico traje masculino.

  • Reprodução/Gamma Keystone

    Biquíni

    A roupa de banho em duas peças que mostra o umbigo foi inventada em 1946, revolucionando a moda praia e a vida das mulheres que passaram a ter mais conforto e liberdade para se banhar. Dois estilistas franceses disputam a autoria de sua criação: Louis Réard e Jacques Heim. Mas foi o primeiro que chamou o modelo de "biquíni", em referência ao Atol de Bikíni, ilhas onde eram realizados testes de bombas atômicas. No Brasil, a primeira mulher a usá-lo foi a artista alemã Miriam Etz para ir à Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro (RJ), em 1948. A ousadia causou furor e virou notícia.

  • Reprodução

    Jeans

    A calça jeans foi criada no final do século 18 como uma alternativa resistente para trabalhos pesados e foi patenteada em 1873 por Levi Strauss e Jacob Davis, quando o clássico modelo 501 da Levi's surgiu. Mas foi só nos anos 50 que ela virou moda, vestindo grandes personagens do cinema, como Marlon Brando (foto) em "O Selvagem" (1953), Marilyn Monroe em "O Rio das Almas Perdidas" (1954) e James Dean em "Juventude Transviada" (1955). O jeans, então, revolucionou o vestuário e se tornou um ícone de rebeldia, virando febre entre os jovens da época. E, claro, a peça nunca mais saiu dos looks casuais.

  • Reprodução

    Minissaia

    Não é possível atribuir sua criação a um único estilista. Tanto a inglesa Mary Quant quanto o francês André Courrèges lançaram seus modelos no começo dos anos 60. Mas foi definitivamente Quant que popularizou a peça entre os jovens da época e a tornou o maior símbolo de moda daquela década. Desafiadora dos padrões tradicionais da sociedade, a minissaia revolucionou a silhueta feminina, que nunca havia mostrado tanta perna antes.

  • Divulgação

    Pretinho

    Quem poderia imaginar que uma cor tão presente nos looks do dia a dia poderia ser considerada transgressora? Antes, o preto não podia ser usado por mulheres jovens e era vestido apenas por senhoras para demonstrar luto. Nos anos 20, Chanel (ela de novo!) trouxe a cor para o vestuário feminino. Mas foi o vestido Givenchy usado pela atriz Audrey Hepburn no filme "Bonequinha de Luxo" (1961) que eternizou o pretinho básico como um ícone de moda indispensável.