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Leitoras plus size contam como melhoraram a autoestima na hora do biquíni

Do UOL, em São Paulo

03/03/2016 17h53

Se existe algo que muitas mulheres acima do peso ouvem de familiares e "amigos" quando vão à praia é que "gorda não pode usar biquíni". Até há algum tempo, o maiô era o uniforme oficial desta parcela feminina --isso quando não se enrolavam em cangas ou toalhas, tentando disfarçar os "pneuzinhos". Porém, com a atual (ainda que lenta) transformação dos padrões de estética, cada vez mais as garotas têm perdido a neura e ostem sua beleza natural na roupa de banho de duas peças. O UOL pediu para algumas leitoras contarem como fizeram as pazes com o próprio corpo na hora de curtir a praia.

  • Arquivo Pessoal

    Gostando de si

    "Nem sempre estive confortável com quem eu sou. Desde criança eu ficava na praia encolhida debaixo do guarda-sol, usando um camisetão. E isso principalmente porque o olhar dos outros me oprimia. Foi um processo longo até dizer para o mundo: 'não me importo, essa sou eu'. Não há nada de errado comigo. Eu me sinto bem usando biquíni e compartilho fotos, porque não me importam as eventuais ofensas: não há nada mais gratificante do que receber uma mensagem ou encontrar por aí mulheres que viram aquelas imagens e perceberam que não há nada de errado com elas também." (Ariane Freitas)

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    Julgamento de desconhecidos

    "Desde muito cedo eu convivi com a ideia de ser gorda. A primeira vez que alguém me disse que eu era gorda foi aos seis anos. Por isso, aproveitar praia ou piscina era muito difícil pra mim --sempre achava que tinha alguém me olhando ou rindo. Usei maiô por muitos anos e cheguei a usar camiseta o tempo todo na piscina. Comecei a perceber o quanto isso me fazia mal porque eu me privava de aproveitar e me divertir por medo do julgamento de pessoas que eu nem conhecia! Não tem nada de errado em ser gorda. O errado é você se privar de algo por insegurança. Todo corpo é bonito, principalmente o seu." (Mayna Venturini)

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    Rolê anti-paranoia

    "Eu sempre admirei pessoas livres de paranoia. Sempre achei incrível ser desencanado. Mas, para mim, ser 'de boa' sempre esteve vinculado a algumas condições: 'Quando eu emagrecer vou correr de top no parque, quando eu emagrecer vou usar saia lápis'. Não rolou emagrecer. Porém, pouco a pouco, um rolê anti-paranoia e pró-amor próprio foi acontecendo. Começou pela saia lápis, passou pelo macacão justo com cintura marcada e, nesse carnaval, chegou à fantasia de barriga de fora e biquíni longe de piscina ou praia. Foi tranquilo, foi favorável. Experimente se cobrar menos e se amar mais." (Mariana Rodrigues de Camargo)

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    Dietas loucas

    "Minha vida toda fui julgada por ser quem sou, por nascer com esse corpo. A vida inteira ouvindo das pessoas: "nossa, seu rosto é tao bonito, por que você não emagrece?" Já fiz dietas loucas para tentar me encaixar nesses padrões impossíveis e chorava por nunca conseguir ter esse corpo 'perfeito'. Até que eu comecei a conhecer o feminismo e nele eu descobri que não há nada de errado com meu corpo, que não tenho que ser magra para ser bonita e que a única coisa que importa é amar a si mesmo." (Bruna Tieme Alves Kawaguchi)