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Selva, seda e pedras preciosas são destaque nos desfiles de moda de Paris

A grife Kenzo, cuja coleção é assinada pela dupla peruana-coreana Humberto Leon e Carol Lim, revisitou o look "safári" com parcas, macacões sem manga acinturados e bustiês. Tudo com maxiestampas coloridas (30/09/2012) - François Guillot/AFP e Jacques Brinon/AP
A grife Kenzo, cuja coleção é assinada pela dupla peruana-coreana Humberto Leon e Carol Lim, revisitou o look "safári" com parcas, macacões sem manga acinturados e bustiês. Tudo com maxiestampas coloridas (30/09/2012) Imagem: François Guillot/AFP e Jacques Brinon/AP

De Paris

01/10/2012 13h39

A Kenzo levou a moda para a selva, a Hermès se inspirou em seus lenços de seda e Andrew Gn imaginou a rainha Elizabeth andando de elefante ao lado de um marajá, neste domingo (30), na semana de moda de Paris. Os convidados aguardam ansiosamente a estreia, nesta segunda-feira, do novo estilista da Saint Laurent, Hedi Slimane.

Depois do tributo às estrelas pop dos anos 1980 por Jean Paul Gaultier, que vestiu, no sábado, suas modelos de Grace Jones, Madonna, David Bowie, Boy George e Annie Lennox, e da utilização do couro pela casa Loewe, os estilistas da Kenzo se transportaram para a selva neste domingo.

"Na selva da Kenzo, os tigres andam pela cidade ao ritmo de rock". Esse era o lema da coleção para a próxima primavera e verão desenhada por Humberto Leon, de origem peruana, e Carol Lim, ambos de 36 anos, para a casa francesa de origem japonesa.

Um olho de tigre brilhava no convite do desfile, que foi um festival de cores vibrantes contrastando com os tons das folhas e florestas. Vestidos curtos sobre longas botas de pele, calças e jaquetas em tons verde musgo, laranjas chamativos, vermelhos intensos: a paleta da Kenzo foi contagiada pela selva, pelas manchas de tigre.

Já Andrew Gn, um estilista nascido em Cingapura e radicado em Paris, optou pelos tecidos opulentos, como sedas bordadas e decoradas com pérolas e pedras preciosas. Suas modelos pareciam princesas, vestidas com ternos de crepe ou cetim, sob casacos de seda. Algumas tinham um toque de sofisticação de Hollywood nos anos 1950.

"Imaginei a rainha andando em um elefante adornado com pedras preciosas, sentada ao lado do marajá de Jaipur", explicou Andrew Gn, que enfatizou que gosta da opulência, mas também que sua roupa seja "fácil de usar". "Quero que, quando uma mulher vir uma de minhas peças em uma loja, diga: 'eu quero'", afirmou o estilista, que ofereceu uma cartela clara, com toques de ocre e azul forte, mas desfrutou também da elegância eterna oferecida pelo branco e o preto.

O estilista libanês Rabih Kayrouz, que trabalhou na Dior e na Chanel, apresentou uma coleção sofisticada, com vestidos longos de seda branca, preta ou em tons amarelo chamativo e calças largas em tons terra. Suas modelos levavam sombrinhas brancas para se protegerem do sol.

No desfile da Hermès, o estilista Christophe Lemaire se inspirou nos lenços de seda estampados da famosa casa de luxo, colocando-os em vestidos, calças e camisas. As silhuetas monocromáticas, principalmente em branco, deram um toque de elegância clássica, como em um casaco curto ou em um top em couro branco tão fino que parecia uma tela. O gerente da Hermès, Patrick Thomas, observou que a casa de luxo não registra uma desaceleração nesses tempos difíceis e que continua em pleno ritmo. "Tivemos um bom mês de agosto e setembro será igual", disse.

Contudo, o que é esperado com grande excitação nesta semana da moda parisiense é o desfile que Hedi Slimane apresentará na segunda-feira para a emblemática casa Yves Saint Laurent, que pertence ao grupo francês de luxo PPR, propriedade da família Pinault. Será a primeira coleção feminina deste criador de 44 anos, um dos mais respeitados na indústria da moda.