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Estilistas latino-americanos marcarão presença nas passarelas de Paris

29.jun.2012 - Gustavo Lins e modelos ao fim do desfile do estilista para o Verão 2013, na semana de moda masculina de Paris - François Guillot/AFP
29.jun.2012 - Gustavo Lins e modelos ao fim do desfile do estilista para o Verão 2013, na semana de moda masculina de Paris Imagem: François Guillot/AFP

24/06/2014 17h19

Logo depois de Londres e Milão, os desfiles de moda masculina começam nesta quarta-feira (25) em Paris, precedendo a alta-costura feminina, especialidade francesa que faz o mundo inteiro sonhar e na qual se destacam vários estilistas latino-americanos, como o brasileiro Gustavo Lins.

Mesmo parecendo mais clássica e até menos empolgante que sua homóloga feminina, a moda masculina evolui muito, multiplicando suas propostas. "É cada vez mais criativa e gera cada vez maior interesse", diz Didier Grumbach, presidente da Federação Francesa de costura. O terno clássico é reinterpretado nas mais variadas formas, da versão com bermudas até o estilo militar. O "streetwear" transformou o universo masculino.
 
O que vão propor os estilistas para a primavera e o próximo verão? A resposta chega em centenas de desfiles organizados em vários bairros da capital francesa, de quarta-feira a domingo (29), além de apresentações em showrooms.
 
 
Para aqueles que não receberam os tão cobiçados convites, algumas marcas retransmitem seus desfiles ao vivo on-line, como por exemplo Hermès, em 28 de junho às 15:00h (horário de Brasília).
 
Nessa temporada, surgem novos nomes: o russo Gosha Rubchinskiy, o coletivo de criadores franceses Etudes Studio e a marca Andrea Crews. A luxuosa maison espanhola Loewe, que gera muita expectativa com seu novo estilista J.W Anderson, fará também um desfile. A maison John Galliano estará ausente nesse ano, mas os responsáveis pela marca, que já não tem mais relação com o estilista John Galliano, afirmam que ela volta na próxima temporada.
 
Os desfiles masculinos terminam no próximo domingo com a passarela de Saint Laurent. E, pela primeira vez, o mundo da moda terá um descanso de alguns dias em vez de continuar de imediato com os desfiles de alta-Costura, como sempre é feito.
 
Presença da América Latina
De 6 a 10 de julho, junto às famosas maisons Chanel, Schiaparelli, Dior e outras, aparecem três novas marcas: as francesas Fred Sathal e Stéphanie Coudert e a marca franco-turca Dice Kayek.
 
De apelo exclusivamente francês, a alta-costura é feita de vestidos costurados sob medida em ateliês com trabalho manual. Bordados, plissados, plumas: cada um exibe sua arte. Entre os estilistas de alta-costura se destacam, nesse ano, vários da América Latina, que mostrarão suas criações em desfiles ou apresentações fora da programação oficial, incluindo o brasileiro Gustavo Lins, o mexicano Antonio Ortega e o venezuelano Oscar Carvallo.
 
Os vestidos demandam dezenas, às vezes, centenas de horas de trabalho, e são vendidos por milhares de euros. "Alguns consideram que é indecente, mas sustenta tanta gente! Cria muitos empregos", disse, em entrevista à AFP, Julien Fournié, estilista francês que fundou sua própria maison em 2009.
 
Fournié vende entre 25 e 30 vestidos por ano para clientes de lugares como Arábia Saudita e Cingapura. São garotas de apenas 18 anos, mulheres de 30 e também mais velhas, que buscam "algo exclusivo, somente para elas", explica o estilista de 39 anos.
 
Nesse universo luxuoso, há marcas que têm dificuldade para sobreviver. Após seis anos de trabalho, a empresa de Fournié apenas "começou a funcionar". "Não ganhamos milhões, mas alcançamos o equilíbrio", diz.
 
Em meio aos desfiles, o mundo da moda volta seu olhar para os tribunais, pelo processo iniciado pela Balenciaga contra seu ex-estilista estrela, o francês Nicolas Ghesquière, que trabalha hoje para Louis Vuitton e é acusado de denegrir a marca fundada pelo lendário estilista basco Cristóbal Balenciaga.