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Responsável pela popularização da minissaia, Courrèges morre aos 92 anos

Modelo posa com look de desfile de Courrèges para o Verão 1971 - AFP
Modelo posa com look de desfile de Courrèges para o Verão 1971 Imagem: AFP

08/01/2016 17h17

O estilista francês André Courrèges, símbolo da revolução indumentária dos anos 60 que popularizou a minissaia, faleceu aos 92 anos em sua residência perto de Paris, anunciou nesta sexta-feira (8) sua marca homônima.

Courrèges, que parou de trabalhar na década de 90, morreu na quinta-feira (7) em sua casa, em Paris, após uma batalha de 30 anos contra a doença de Parkinson, informou a casa Courrèges em um comunicado.

Entre vestidos curtos com linhas limpas, botas, toques de vinil e a onipresença do branco, sua cor favorita, o estilista captou o espírito da época e marcou seu tempo, soprando um vento de juventude e futurismo à moda. Uma de suas musas foi a cantora Françoise Hardy, vedete dos anos 60.

"Ao longo de sua vida, André Courrèges, com [sua esposa] Coqueline, não parou de avançar, de inventar para estar sempre à frente. Um criador visionário que anteviu o que seria o século 21 e que acreditava no progresso. E isso é o que torna Courrèges tão moderno hoje", declararam Jacques Bungert e Frédéric Torloting, copresidentes do grupo Courrèges.

Nascido em Pau (sudoeste da França) em 9 de março de 1923, filho de um mordomo apaixonado por arquitetura e pintura, o artista começou a trabalhar no final da década de 40 com o estilista Cristóbal Balenciaga, que lhe ensinou o métier e com quem permaneceu por 11 anos.

Lá conheceu sua futura esposa, com quem abriu em 1961 a sua própria casa de moda que logo se tornou um sucesso fenomenal.

Seus desfiles eram impregnados de conceitos, com a instalação de uma enorme bolha transparente no Jardin des Plantes, em Paris, em 1980. Em 1985, investiu em um grande hotel de Tóquio para um evento de moda e música, durante o qual as maiores canções da música francesa foram interpretadas por 130 músicos.

Aposentou-se em 1994, passando a se dedicar à pintura e à escultura, e deixando sua esposa à frente da casa, finalmente vendida em 2011 para a dupla Frédéric Torloting e Jacques Bungert.