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Galliano confessa dependências mas não lembra de nenhuma ofensa racista

John Galliano chega ao tribunal em Paris onde acontece seu julgamento por acusações de antissemitismo (22/06/2011) - AP Photo/Thibault Camus
John Galliano chega ao tribunal em Paris onde acontece seu julgamento por acusações de antissemitismo (22/06/2011) Imagem: AP Photo/Thibault Camus

Javier Albisu

22/06/2011 17h41

Paris, 22 jun (EFE).- O estilista britânico John Galliano, processado por ofensas racistas e antissemitas, se retratou nesta quarta-feira perante o Tribunal de Paris como um viciado reabilitado que não lembra dos insultos porque estava embriagado por uma mistura de álcool e comprimidos.


"Ainda não me recuperei de tudo, mas estou muito melhor", confessou em inglês o estilista, demitido da Christian Dior neste ano, após ser denunciado por proferir insultos aos clientes de um bar do bairro parisiense de Marais, e que se desculpou nesta quarta-feira.

O "enfant terrible" do universo da moda, que chegou escoltado por guarda-costas, explica que o Galliano bêbado racista é "uma casca de ovo vazio" no qual não se reconhece a si mesmo.

O estilista enfrenta uma pena máxima de até seis meses de prisão e uma multa de 22,5 mil euros, enquanto os advogados da acusação asseguraram que seria uma condenação "irrisória" para o rico estilista, que dificilmente irá à prisão porque não tem antecedentes criminais.

Portanto, a maior pena para Galliano não é material, mas midiática, como demonstra o afastamento da Dior e da marca que leva seu próprio nome, assinalou o advogado Yves Beddouk, que representa a mulher que acusa o estilista de tê-la xingado.

O episódio ocorreu em 24 de fevereiro, quando embriagado de champanhe, mojitos e comprimidos, Galliano xingou dois clientes do bar La Perle e afirmou adorar Hitler.