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Estilistas de moda masculina 'ensinam' elegância para homens

ANTONIO FARINACI

Colaboração para o UOL

16/07/2010 07h00

Equilibrados entre a tradição e a necessidade do novo, que impulsiona a indústria da moda, são os estilistas de roupas masculinas os responsáveis por apresentar, a cada temporada, as mudanças sutis que marcarão o modo de se vestir dos homens. E sua expertise está justamente em fazer alterações que sinalizem claramente a novidade --a diferença entre o atual e o antiquado--, sem contudo "espantar" o público masculino, mais conservador do que o feminino em termos de moda e menos disposto a trocar de guarda-roupa a cada seis meses.

  • AFP

    A dupla Vikto & Rolf com camisetas estampadas com óculos "nerd", sua marca registrada

Mas, aparte daquilo que mostram nas passarelas, o que esses estilistas escolhem na hora de se vestir?

 

UOL Estilo selecionou imagens de nove dos mais importantes estilistas de moda masculina atual, em diversas ocasiões: os ingleses Christopher Bailey, 39, da Burberry, e Paul Smith, 64; o belga Kris Van Assche, 34, da Dior Homme; o italiano Stefano Pilati, 45, da Yves Saint Laurent; os holandeses Rolf Snoeren, 41, e Viktor Horsting, 41, da Viktor & Rolf; e os brasileiros Oskar Metsavaht, 49, da Osklen; João Pimenta, 43, e Alexandre Herchcovitch, 39.

 

A galeria dá um vislumbre daquilo que esses criadores de diferentes estilos e faixas de idade escolhem na hora de aparecer em público, em ocasiões de diferentes graus de formalidade. Ainda que a diversidade de estilo desses nomes dê um panorama de possibilidades de elegâncias diversas, é interessante notar que há alguns pontos em comum que permeiam as escolhas.

  • Getty Images

    Paul Smith alia lenço no pescoço ao paletó risca-de-giz, uma peça favorita do estilista

O melhor amigo do homem


No mundo da moda, o melhor amigo do homem é o blazer. Essa peça é uma constante no guarda-roupa dos estilistas, mais vanguardistas ou mais conservadores, criadores de marcas tão diversas como Dior Homme, Osklen ou Yves Saint Laurent. Sempre que há uma ocasião que exige um visual mais "composto", essa peça entra em cena: com camisa, camiseta, jeans ou calça de alfaiataria. O estilista Paul Smith, por exemplo, aparece mais de uma vez, em ocasiões diferentes, com um mesmo blazer marinho, risca de giz.

 

Poucas e boas
 

O que leva a uma outra conclusão: Para se vestir bem, não é preciso ter centenas de peças diferentes no seu guarda-roupa. Como o vestuário masculino muda relativamente pouco de estação para estação, é possível investir em poucas boas peças clássicas, pouco afetadas pelos modismos. Além de Smith e seu blazer inseparável, Kris Van Assche, por exemplo, passou uma temporada usando a mesma bota preta em diversos looks.

  • Folha Imagem

    Oskar Metsavaht encarna bem o espírito esportivo e despojado de sua marca, a Osklen

Adequação


Algumas situações, formais ou informais, pedem um tipo específico de roupa. Assim é com a prática de esportes, por exemplo, ou com uma festa de casamento. Christopher Bailey consegue, com poucos elementos (o uso de camiseta ou camisa sob o blazer, o uso ou não de gravata etc), alterar o caráter de seu visual (passeio, passeio completo, social ou habillé). Oskar Metsavaht, adepto de roupas mais informais, também se curva a trajes mais formais quando a circunstância exige, mas não deixa de usar uma camiseta de malha em noite quente, ainda que "de festa".

 

Detalhes


Um lenço dobrado no bolso, uma abotoadura de pérola ou a gola mais trabalhada de um paletó fazem toda a diferença num look. O cuidado com a escolha de materiais também pode separar o sofisticado do vulgar: a diferença entre um terno de lã e um de fibras sintéticas, por exemplo. O mesmo se aplica a materiais aparentemente menos nobres, como o jeans, que também têm os seus requintes. O estilista Alexandre Herchcovitch, por exemplo, dá uma aula na variação das lavagens de seus jeans, sempre diferentes.

  • Getty Images

    Stefano Pilati sabe combinar tradição e ousadia; na foto, em jantar do MET com January Jones

Ousadia e humor


É verdade que há regras para se vestir em determinadas ocasiões, mas um toque de bom humor e ousadia pode cair bem, se isso fizer parte de sua personalidade. O estilista Stefano Pilati, por exemplo, do alto de sua elegância ostensiva, quebra a norma usando tênis de corrida com calça de alfaiataria e blazer, combinação que ele talvez não ousasse fazer nas passarelas da Saint Laurent. Mesmo mais austero, Paul Smith, também não perde a chance de usar uma meia amarela com sapato preto.

 

Pé da letra
 

Por fim, a conclusão é que os estilistas são o exemplo vivo de que as roupas apresentadas na passarela não devem ser levadas ao pé da letra. Para estar na moda, não é preciso cometer nenhum tipo de extravagância, não importa qual seja o seu estilo.