Topo

Estilista de "it girls", Cris Barros lança coleção jovem na Riachuelo

CAROLINA VASONE

Editora de UOL Estilo

17/03/2011 07h00

Cris Barros, 39 anos, corpo e rosto de modelo de 30 (ela já trabalhou como uma), não gosta do termo "it girl". Talvez por soar pedante, ou mesmo por rotular este tipo de garota "que inspira outras". Foi assim que a estilista definiu Julia Roitfeld, a filha da ex-diretora da Vogue Paris, uma "it girl" internacional e a escolhida por Cris Barros para ser a garota-propaganda da coleção que ela criou para a Riachuelo, e mostrou para a imprensa na última quarta (15).

Com apelo fashionista dos "insiders" da moda - afinal, Julia Roitfeld não é conhecida do grande público brasileiro -, Cris Barros quis levar para os consumidores de uma grande loja popular o espírito da sua própria marca. Embora evite a expressão, muitas das clientes da grife de luxo criada pela paulistana há quase dez anos são de fato "it girls". Celebridades como Alessandra Negrini, Deborah Bloch e Marina Lima também sentam na primeira fila do desfile da estilista que, faz, porém, o estilo "low profile". Sem participar de nenhuma semana de moda, Cris Barros fez seu nome entre as garotas ricas, estilosas, que gostam de roupas que tenham alguma informação de moda mas que, acima de tudo, as deixem bonitas e femininas sem aparente esforço.


Na grife que leva seu nome - e que já foi vendida até na loja "trendy" parisiense Colette -, Cris Barros não economiza na qualidade dos tecidos e materiais utilizados. "Na minha marca, escolho sempre o melhor", afirma. Provavelmente por isso diz ter sofrido para adaptar suas criações, como calças e camisas em chamois do próximo Inverno 2011 vendidas em dezenas multimarcas pelo país (são 80 ao todo) a cerca de R$ 1600 (cada peça). Na Riachuelo, as calças e camisas que desenhou custam em torno de R$ 100. A  calça mais cara - e fashion - justa, de couro falso preto, sai por R$ 179,90. A camisa de renda preta, por R$ 139,90.

"Esta é uma coleção para garotas jovens, que vão sair à noite com essas roupas", diz Cris Barros, sobre boa parte dos cem modelos que idealizou para a Riachuello e que começam a ser vendidos no dia 3 de abril em todas as lojas da rede com um volume total de 200 mil peças espalhadas por todo o Brasil. Na coleção, calças e blusas com lavagem propositalmente gasta, verde militar, marrom e cinza em destaque, estampa de onça em detalhes, renda em vestidos e camisas e bolsos utilitários. Estes, aliás, foram alvo de uma briga amigável entre a estilista e a Riachuelo. "Eles me perguntavam se não podia fazer a peça com menos bolsos [para baratear a peça]. Eu dizia que tudo bem, mas que então tinha que colocar mais babados!", conta, executando uma lei da compensação decorativa fashion.

Apesar da diferença de preço e de qualidade entre a grife própria e as peças criadas para a Riachuelo, a estilista diz acreditar que as clientes da grife Cris Barros irão se interessar pela versão mais barata de seu estilo. "Acho que é um fortalecimento da marca", disse, quando perguntanda sobre o que a grife Cris Barros ganharia com a parceria com uma rede popular de moda.

Mesmo com preços altos e o foco num mercado de luxo, a designer diz também se preocupar com o valor de suas roupas quando vai confeccioná-las. "Hoje não dá para criar sem pensar em preço", conta. Embora venda em cerca de 20 países, ela afirma que passou a focar o desenvolvimento da marca no Brasil desde a crise mundial, em 2008. Além da venda em multimarcas, a estilista tem quatro lojas próprias, três delas em São Paulo (em frente ao Hotel Fasano, nos Jardins e nos shoppings Cidade Jardim e Iguatemi) e uma no Rio de Janeiro (no Fashion Mall, na Gávea).