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25 homens famosos celebram os 25 anos da marca Ricardo Almeida

CAROLINA VASONE

Editora de UOL Estilo

07/04/2011 12h15

Ele ficou conhecido nacionalmente quando confeccionou alguns ternos para o ex-presidente Lula durante a campanha das eleições para o primeiro mandato, em 2002. A parceria logo acabou, mas foi o suficiente para Ricardo Almeida ganhar o apelido de "o estilista do presidente". Bem antes disso, ele já havia conquistado empresários respeitados e clientes famosos, alguns deles colocados na passarela como modelos, o que se repetiu no MASP (Museu de Arte de São Paulo) na noite desta quarta (6), quando 25 homens célebres desfilaram em homenagem aos 25 anos de carreira de Ricardo Almeida.

O desfile comemorativo começou balizado pelo mundo da moda e terminou com a consagração popular do trabalho do estilista. Costanza Pascolato, empresária, consultora e crítica de moda, de microfone na mão no mezanino do subsolo do museu (onde aconteceu o evento), lembrou a importância de Ricardo Almeida para a moda social masculina no Brasil, colocando o designer lado a lado de Fernando de Barros, ex-editor de moda da Playboy e o mais respeitado especialista de estilo do gênero. Numa declaração mais pessoal, contou que foi o estilista o responsável pelo terno do casamento do genro dela, lembrando outra fama merecida de Ricardo Almeida: o de ser "o" estilista dos noivos elegantes e que prestigiam a alfaiataria nacional. Casual e impecável, de scarpin de salto baixo e conjunto preto, Costanza ainda mostrou como driblar uma possível saia-justa sem sair do "script": no andar de baixo, onde ficava a passarela vermelha, Ricardo Almeida custou a ver a consultora bem acima dele,  e chegou a discursar sem perceber a presença dela. Costanza insistiu com calma e delicadeza, a plateia gritou, e Ricardo Almeida finalmente percebeu a homenagem.

A participação dos convidados - ou melhor, das convidadas - foi inevitável a cada entrada dos famosos, que apareciam em dúzias (mais de duas delas). Ney Latorraca, Paulo Vilhena, Fiuk, Edson Celulari, Latino, Malvino Salvador, Lulu Santos, Roberto Justus: tinha para todos os gostos e faixas etárias. Celulari, responsável pela abertura do desfile dos famosos, foi um dos que provocaram mais gritinhos femininos. No encerramento, a apresentadora Hebe entrou na passarela para comentar algumas das 25 interpretações de smoking que as celebridades desfilaram.

AS ROUPAS

Antes do batalhão das celebridades, 25 modelos profissionais apresentaram a coleção de Ricardo Almeida. Inquestionavelmente correto e alinhado na confecção de ternos, blazers e calças sociais de estilo clássico, o estilista já há alguns anos modernizou a silhueta ao propor a modelagem mais próxima do corpo para os homens na roupa social, acompanhando a tendência lançada pela Dior Homem por Hedi Slimane no início dos anos 2000. Para esta coleção, as calças são todas ajustadas, com versões mais ou menos justas, dependendo da idade e do estilo do cliente, chegando a agarrar o corpo, em conjuntos como o costume azul quase royal.

Outra proposta mais contemporânea e casual é o uso do cardigã (o casaquinho de tricô abotoado com gola em "V") no lugar do colete, ou até fazendo as vezes do paletó, combinado com calça social, camisa e gravata. As barras, seguindo a tendência do momento, são curtas, como os italianos gostam, e os tons na maioria sóbrios, de cinza, com uma ou outra extravagância em looks inteiros, como o costume (paletó e calça, sem colete) vermelho queimado. Em outros momentos, a ousadia fica nos detalhes, como o da gravata listrada em preto e marrom, uma combinação até pouco tempo "proibida" e hoje muito fashion.