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Estilista desenvolve couro com textura parecida com moletom

A modelo Carolla apresenta conjunto esportivo em couro da estilista Patrícia Viera para o Verão 2014. No detalhe, o acabamento de moletom aveludado dado à peça - Divulgação
A modelo Carolla apresenta conjunto esportivo em couro da estilista Patrícia Viera para o Verão 2014. No detalhe, o acabamento de moletom aveludado dado à peça Imagem: Divulgação

Fernanda Schimidt

Do UOL, no Rio

18/04/2013 14h32

Sinônimo de temperaturas mais frias, como uma jaqueta para arrematar os looks urbanos, o couro é aposta também para o verão, como tem sido visto em algumas coleções nesta temporada. “O couro já conseguiu um lugar dele, igual ao jeans. Ganhou um status”, disse a estilista Patrícia Viera, que fez uma apresentação intimista para a imprensa de sua coleção Verão 2014 no ateliê da marca no bairro do Leblon, nesta quinta-feira (18).

O material fica irreconhecível nas mãos da carioca, transformado em conjunto esportivo com ares de moletom aveludado ou looks “tatuáveis”. Seguindo a linha de camisas com desenhos havaianos feitos pela tatuadora Tita na temporada passada, a nova coleção traz peças que podem ser customizadas ao gosto da cliente pelo grafiteiro Bruno Bogossian – uma camisa sai por a partir de R$ 3.500.

Patrícia trabalha apenas com couro de cabra e ovelha, mais propícios à diversidade climática. “Com ele, você consegue uma espessura mais fininha, de toque mais fino”, explicou. Segundo ela, “o couro adere à temperatura do corpo” e permite seu uso em qualquer que seja a estação.

Na nova coleção, inspirada na Jamaica, a estilista buscou também uma imagem mais rústica, que fizesse referência à ilha caribenha não apenas pela escolha de cores (elas também estão lá, lembrando a bandeira do país e a cultura rastafári). Para isso, tramas feitas com tiras fininhas de couro foram prensadas e o rendado local, recriado com cortes a laser.

  • Fernanda Schimidt/UOL

    O grafiteiro Bruno Bogossian customiza peças em couro da estilista Patrícia Viera como esta camisa. Cada uma sai por a partir de R$ 3.500

Às mulheres que têm dificuldade em identificar uma boa peça de couro, Patrícia propõe um exercício sensorial. “É pelo toque. Você toca e já sabe. Chamo [a sensação] de mão aveludada”, explicou.

Além de caro, o uso do couro também entra em questões éticas, com um número grande de pessoas condenando seu uso em virtude do respeito aos animais. Para as pessoas que gostariam de abrir mão das peças, sem perder qualidade, a especialista avisa que já há, sim, boas opções sintéticas no mercado.

“A China está mestre, é fantástica nesta indústria. Eles têm sintético com cheiro de couro! Você até se confunde. Às vezes, eu tenho de olhar e ser bem técnica para saber se é de verdade ou não”, contou.

Ela acredita que haja espaço para ambos os mercados. “Cada um foca no que quer. Há margem para os dois. A minha cliente, por exemplo, não compra sintético, ela quer o de fato”, disse.