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Homens e mulheres criam moda feminina de maneiras diferentes

O desfile em celebração aos 40 anos da marca de Diane Von Furstenberg contou com apresentação da cantora St. Vincent, que adiantou três músicas de seu novo álbum, ainda não lançado - Getty Images
O desfile em celebração aos 40 anos da marca de Diane Von Furstenberg contou com apresentação da cantora St. Vincent, que adiantou três músicas de seu novo álbum, ainda não lançado Imagem: Getty Images

Suzy Menkes

Do The New York Times

12/02/2014 13h41

Quem melhor compreende a essência do guarda-roupa feminino: estilista homem ou mulher? Esta é uma das questões levantadas pelas coleções Inverno 2014 que estão sendo apresentadas agora em Nova York.

Existe um ditado de que as mulheres criam para si, enquanto que os homens estão interessados em agradar as suas mães. Mas talvez as coisas não sejam tão simples.

Diane Von Furstenberg está comemorando 40 anos de negócios, os 40 anos desde que criou seu famoso vestido-envelope, um produto daqueles dias de Studio 54. Tendo recém-inaugurado a exposição “The Journey of a Dress”, em Los Angeles, a estilista está focada em sua invenção característica.

O convite para o desfile trazia duas palavras: Bohemian Wrapsody. E, sim, era para estar escrito desta maneira mesmo.

“Eu percebi que estava pensando em bailarinas russas e nos seus pequenos cardigãs”, disse a estilista no camarim. Ela usou a modelagem envelope tricotada para controlar as padronagens vivas do vestido, dando uma variação fresca a um tema familiar.

Parece que a estamparia estava por todos os lados, com meias-luas esparramadas pelo piso preto do desfile. Mas apenas os 15 vestidos finais, enfeitados e apresentados sob uma chuva de confete dourado, tinham um ar chique.

A estilista disse que começa cada coleção criando novas estampas, desta vez focalizou nas flores e ondas e nas túnicas e calças para dar um toque esportivo. O glamour foi reforçado pelos sapatos para o Dia dos Namorados com desenhos de corações.

Diane cria para si mesma, mas tem muitas seguidoras que entendem essa combinação de feminilidade e poder – uma ideia que tem durado quatro décadas.

Derek Lam cria sua roupas para mulheres fortes que querem acrescentar ao seu guarda-roupa cores imaginativas e texturas. Lam coloca uma dose suficiente de cuidado e detalhe na sua moda esportiva contemporânea, em que o luxo é a chave e a cor tem um papel importante. Uma jaqueta lavanda com saia mostarda foi um exemplo de sua combinação sutil. E houve até uma sugestão de sexualidade, com pequenos recortes na frente de um vestido, deixando um pouquinho de pele à mostra.

O talento do estilista é pegar a moda esportiva norte-americana e dar uma dimensão extra de textura e complexidade. Um guarda-roupa bem planejado, mas moderno é uma boa maneira para um estilista vestir a mulher atual.

Thakoon Panichgul disse que sua inspiração para esta coleção de inverno foi o pintor norte-americano Cy Twombly, cuja influência parece ter levado a efeitos artísticos como o de flores cor-de-rosa sobre um fundo azul eletrizante.

No camarim, o estilista também mencionou a Patagônia como uma referência, talvez pelos tricôs rústicos e as capas, cortadas na cintura. Também pode ser observado um trabalho de texturas que deu efeito de carpete a casacos e jaquetas.

Sem dúvida, Panichgul vê a mulher moderna com um lado suave e outro duro. As roupas eram legais, mas nada que pudesse definir uma identidade forte ou dar início a uma revolução na moda.