Topo

Leilão de bolsas é opção para quem quer ter um artigo de luxo

Danielle Cerati

Do UOL, em São Paulo

12/05/2015 20h21

Se você já se imaginou desfilando por aí com uma bolsa das marcas Chanel, Céline, Miu Miu, Dior, Balenciaga, Burberry, Tom Ford, Fendi, Louis Vuitton, Gucci e Prada, mas os valores não se encaixavam no seu orçamento, saiba que a distância entre o sonho e a realidade pode ficar menor. Leilões de cobiçados modelos de grifes tradicionais são, agora, uma opção para quem deseja pagar valores menores nestes acessórios de desejo.

Tradicionais na Europa e nos Estados Unidos, por aqui, o ingresso das bolsas nesse mercado é relativamente recente. “A atividade de leiloar não é nova para o segmento de luxo. O que acontece hoje é uma expansão desse exercício para outras categorias, como é o caso das bolsas”, explica Carlos Ferreirinha, presidente e fundador da MCF Consultoria. Pedro Aguiar, coordenador da Dedalo Leilões, complementa: “O Brasil é um dos oito maiores mercados para bens de luxo no mundo e o ingresso nesse filão era apenas uma questão de tempo. É uma forma para colecionadores encontrarem peças mais raras ou até mesmo para fãs das marcas que buscam modelos tradicionais, com preços mais acessíveis".

Entre as ofertas, existem itens das mais diversas origens: podem ser novos, seminovos ou vintage. “A maioria das peças é consignada por particulares. Uma parte pequena é oriunda de estoque antigo de lojas”, conta Aguiar. Antes de integrarem o rol de itens a serem leiloados, os artigos passam por uma curadoria e são examinados por uma especialista. Caso surjam dúvidas, são encaminhados para análise de um representante oficial da marca.

Como funciona?
Para arrebatar a bolsa dos seus sonhos, os lances podem ser dados presencialmente ou por meio de uma plataforma on-line, a Superbid. A disputa entre ambos [web e presencial] acontece simultaneamente e o artigo pode ser retirado já no dia seguinte à venda. Segundo Aguiar, o preço do produto chega a ficar entre 60% e 90% inferior ao tabelado nas lojas e, dependendo do item, o lance preliminar não passa de R$ 50. Esse é o caso do porta-cartões da Montblanc, que pode ser adquirido no mercado a R$ 650. 

“As peças mais disputadas são as de marcas consagradas, como Chanel, Louis Vuitton, Dior e Prada. Quanto mais clássica, menor o índice de desvalorização em relação à nova. Grifes que não costumam ceder a ciclos de modismo, como Hermès ou Chanel, também não sofrem depreciações bruscas”, diz o coordenador de leilões.

Mas não se entusiasme com as primeiras ofertas: alguns artigos podem valer muito mais do que se imagina, dependendo da raridade. Um exemplo é o baú Steamer Trunk da Louis Vuitton, feito inteiro de madeira. É um dos itens mais desejados e a jogada inicial não sai por menos de R$ 12.900. O mesmo produto usado está disponível a R$ 45 mil no site lux2ndhand, loja virtual que vende principalmente roupas e acessórios de segunda mão.

“Em alguns casos, se estivermos falando de uma bolsa que seja de uma linha limitada, numerada, esses montantes podem ser muito maiores que os praticados em lojas”, comenta o consultor de luxo Ferreirinha. Outros fatores que influenciam o preço final é o peso da marca, a casa de leilão que promove o evento e quem está por trás dela. “Seja como for, é fundamental exigir a certificação de originalidade, já que bolsas são elementos de cópia”, alerta o fundador da MCF Consultoria.

O primeiro leilão de bolsas de luxo ocorreu em 27 de abril em São Paulo e a realização da próxima edição está programada para o mês de agosto, ainda sem data definida.