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Confusão entre taxistas e Uber envolve mãe da estilista Helô Rocha

Do UOL, em São Paulo

21/10/2015 18h50Atualizada em 04/11/2015 13h04

Uma confusão no quarto dia da São Paulo Fashion Week envolveu a mãe da estilista Helô Rocha, Aldanisa Sá, na frente do Pavilhão da Bienal em São Paulo. Na circunstância do conflito com o Uber, um grupo de taxistas (alguns com a camiseta "taxistas unidos") estava fiscalizando quais os carros que entravam no Ibirapuera, na possibilidade de parar motoristas do aplicativo.

Ruy Furtado, diretor do desfile da grife Helô Rocha, e a mãe da estilista, Aldanisa Sá, precisaram ir a pé até a Bienal - Gabriel Quintão - Gabriel Quintão
Ruy Furtado, diretor do desfile da grife Helô Rocha, e a mãe da estilista, Aldanisa Sá, precisaram ir a pé até a Bienal
Imagem: Gabriel Quintão
Aldanisa, que estava acompanhada do diretor do desfile, Ruy Furtado, teve que descer do carro e retirar do porta-malas algumas das peças da coleção de inverno que serão desfiladas na apresentação marcada para as 20h. A dupla insistiu que se tratava de um motorista particular contratado pela equipe do desfile para deslocar as roupas --informação posteriormente confirmada ao UOL Moda pela assessoria da marca. Mas o veículo foi parado por um Guarda Civil que pediu os documentos do carro. "Eu não uso Uber, essa confusão é um absurdo. Hoje pararam até a Costanza Pascolato", disse ela. 

A consultora de moda, também procurada, informou que possui o mesmo motorista há 18 anos. "Um homem com uma roupa escura me parou dizendo que era fiscal da Prefeitura e pediu os documentos do carro. Ele é funcionário da empresa da minha família", comentou. "Não teve tumulto, mas fiquei meio chateada porque trabalho bastante e é o meu carro e o meu motorista."

A reportagem observou que esse mesmo grupo de taxistas, sob os olhares da PM e da Guarda Civil que estavam no local, abordava todos os carros pretos modelo sedã com insufilm que chegavam ao parque --características típicas de veículos do Uber. De acordo com informações da assessoria da Secretaria Municipal de Transportes, dois veículos do Uber foram apreendidos até as 20h desta quarta-feira (21).

Ellus
Os taxistas ainda se posicionaram contra a iniciativa da Ellus, que estabeleceu parceria com o Uber para oferecer transporte exclusivo aos convidados de seu desfile, que aconteceu nesta terça-feira (20). Quem recebeu o convite teve direito a um desconto de até R$ 50 via uso do aplicativo. "A marca fez um panfleto que é irregular e o [vereador do PTB, autor do projeto de lei que quer proibir o Uber] Adilson Amadeu vai denunciar na Justiça porque temos o convite como prova. Queremos que o prefeito autue a empresa que está favorecendo um modelo que é clandestino, uma apologia ao crime", disse o taxista Valdecir Silva de Lima. Procurada, a assessoria de imprensa da Ellus não foi encontrada.
 

Posição atual
Entre as mais recentes movimentações da Prefeitura de São Paulo com relação ao conflito, Fernando Haddad informou que, após a proibição na capital paulista, a empresa peticionou na última quarta-feira (7) um pedido para que a Prefeitura considere a possibilidade de regulação do serviço como transporte individual privado, com base no Plano Nacional de Mobilidade Urbana.

Na quinta-feira (8) a gestão Haddad anunciou a liberação de 5 mil alvarás para uma nova categoria do serviço na cidade com o nome oficial de "táxi preto". Em nota, a empresa afirmou que o seu serviço não é táxi e que, portanto, "não se encaixa em nenhuma categoria" do transporte.