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Ele encarou como ofensa o convite que mudou sua vida: ser modelo plus size

O modelo plus size Otávio Janecke, de Santa Catarina, que descobriu a carreira após se sentir "ofendido" por uma amiga - Reprodução/Facebook
O modelo plus size Otávio Janecke, de Santa Catarina, que descobriu a carreira após se sentir "ofendido" por uma amiga Imagem: Reprodução/Facebook

Adriana Nogueira

Do UOL

26/05/2017 15h14

O publicitário Otávio Janecke descobriu a profissão de modelo plus size após achar que havia sido chamado de gordo por uma amiga. “A Juliana trabalhava em uma indústria têxtil e estava à procura de um modelo para um catálogo da empresa. Com dificuldade de encontrar alguém, lembrou de mim e buscou, nas minhas redes sociais, fotos para mostrar para o chefe dela, que gostou e quis me contratar. Não me senti confortável. Pensei: ‘estou fazendo dieta e academia e vem ela me chamar de gordo’”, conta ele, acrescentando que negou.

Depois de desligar o telefone, ele parou para pensar melhor no convite e decidiu aceitar. No backstage da primeira sessão de fotos, Janecke conta que postou uma foto todo produzido em seu Facebook. Era 1º de abril de 2016, e os amigos dele acharam que era pegadinha do Dia da Mentira. “Eles me zoaram muito. Gordo é sempre muito zoado.”

Na volta para casa, recebeu uma ligação de uma pessoa convidando-o para outro trabalho. “Foi a minha vez de achar que era brincadeira por causa do 1º de abril.” Não era. Uma semana depois, ele estava fazendo o segundo trabalho.

O publicitário e modelo Otávio Janecke - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook
Hoje, Janecke faz de dois a três trabalhos como modelo por mês, além de alimentar o blog “O.Plussize”, no qual fala de estilo de vida para homens com seu biótipo. Ele ainda concilia a carreira como modelo como o emprego de gerente de relacionamento de uma construtora e imobiliária da cidade de Jaraguá do Sul (SC), onde vive.

“O clique da câmera acendeu uma luz na minha vida. Todas as questões de autoestima que sofri a vida inteira, principalmente na adolescência, sumiram. Percebi que sou uma pessoa bonita”, afirma.

Janecke diz que não faz planos sobre viver apenas trabalhando como modelo. “Sei que tem um campo aberto. Sou o único modelo plus size da agência da qual faço parte. As mulheres já vêm se colocando há mais tempo sobre a aceitação do corpo. Quero aproveitar o espaço que existe para falar da autoestima do homem gordo que quer se vestir bem.”

Hoje, ele deixou para trás os radicalismos para emagrecer, como tomar remédios e ficar horas sem comer. O modelo se exercita, pelo menos, três vezes por semana com um personal trainer e tem acompanhamento de uma nutróloga. “Quero transformar a gordura do meu corpo em músculo e deixar minha saúde em ordem”, afirma ele, que tem 1,85 m e 120 quilos.