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Semana da Moda de Londres termina de olho no talento britânico

22/09/2009 20h32

Por Catherine Bosley

LONDRES (Reuters Life!) - Londres encerrou o 25o. aniversário de sua Semana de Moda com excentricidade característica e otimismo renovado em relação ao talento britânico.

Cores fortes e vestidos longos tiveram destaque nas passarelas em muitos dos desfiles de primavera/verão deste ano, com Roksanda Ilincic apresentando um vestido verde e reluzente, com ar de sereia, e um terno preto com ombros cônicos extragrandes.

Os estilistas de Londres são vistos como alguns dos mais vanguardistas do mundo, embora nem sempre os mais bem sucedidos em termos comerciais, e, sem contar com o respaldo de grandes maisons, muitos talentos emergentes como John Galliano, da Dior, Alexandre McQueen e Stella McCartney buscaram outras paragens para levar suas carreiras adiante.

"Acho os ingleses um pouco malucos, e com certeza muito excêntricos e destemidos," disse à Reuters a editora Anna Wintour, da Vogue. "Aqui há menos ênfase no comercial e nas vendas."

Estilistas incluindo Matthew Williamson e Christopher Bailey, da Burberry, que em temporadas passadas mostraram suas criações em Milão, Paris ou Nova York, retornaram a Londres para a edição de aniversário da Semana da Moda.

Vivienne Westwood, que ficou conhecida 30 anos atrás na era punk britânica e que expõe sua grife Gold Label em Paris, disse que é possível que também ela traga sua grife principal de volta à Inglaterra.

"Londres é especial porque é um choque incrível entre a anarquia e o establishment," disse Hilary Alexander, jornalista de moda do jornal Telegraph.

"Há todo o legado daqui, mas também coisas totalmente inesperadas, um pouco bizarras," disse ela. "Temos jovens estilistas fazendo experiências sem restrições."

Embora tenha gerado alguns dos maiores nomes da moda mundial, Londres vem lutando para conservar seu perfil internacional no mesmo patamar que Paris, Milão e Nova York.

A Semana da Moda de fevereiro foi reduzida devido a um conflito de datas com Nova York, levando alguns editores, compradores e modelos a deixar de participar.

Desta vez, porém, a modelo holandesa Queeny van der Zande, de 17 anos, disse que acha que a organização melhorou.

Anna Wintour disse que nos últimos anos os estilistas de Londres incorporaram um pouco de tino comercial a sua criatividade, coisa que pode ajudá-los a sobreviver na Grã-Bretanha.

"Aqui existem ótimas escolas de moda que realmente ensinam as pessoas a priorizar a criatividade, o talento e a imaginação," disse Wintour. "Acho que existe um equilíbrio maior agora do que na época em que gente como McQueen e Galliano estava começando."

Paul Smith, que abriu sua primeira loja em Londres e hoje é um estilistas britânicos mais respeitados, disse que espera que Williamson e outros tenham voltado para ficar.

"Temos uma mina de ouro de talento aqui," disse ele.