Topo

Dior minimiza rumores sobre sucessor de Galliano

O estilista Bill Gaytten, substituto interino de Galliano na Dior, tem obtido sucesso de vendas desde que assumiu a maison francesa em março passado - AP Photo/Jacques Brinon
O estilista Bill Gaytten, substituto interino de Galliano na Dior, tem obtido sucesso de vendas desde que assumiu a maison francesa em março passado Imagem: AP Photo/Jacques Brinon

Nicholas Vinocur e Mathilde Gardin

De Paris

24/01/2012 11h14

A Christian Dior deu de ombros diante do falatório sobre quem pode suceder John Galliano como chefe da grife, enquanto o suplente do ex-estilista-chefe da marca recebeu elogios por seu desfile de moda primavera-verão em Paris e conseguiu enormes vendas a despeito da crise econômica global.

Foi quase um ano atrás que Galliano foi retirado de seu posto no centro das operações de criação da Dior, desencadeando uma busca por um substituto em toda a indústria que gerou muitos nomes promissores, mas nenhum herdeiro à coroa.

O último a causar frisson entre os fashionistas foi o belga Raf Simons, que, de acordo com a revista Women's Wear Daily, iniciou conversas para se tornar o novo diretor de criação da Dior depois que Marc Jacobs descartou a si mesmo do páreo em dezembro.

O executivo-chefe da grife, Sydney Toledano, se recusou a comentar a busca quando foi pressionado pelos repórteres após o desfile de alta costura da Dior, na segunda-feira, preferindo ressaltar as fortes vendas natalinas da marca como prova de que está se saindo bem apesar da incerteza sobre a sucessão.

"As coisas estão indo bem, estamos crescendo, a casa está encontrando sua zona de conforto novamente", declarou. "As vendas do Natal foram muito bem, melhores do que no ano anterior".

Seu comentário deu a entender que o negócio se manteve firme no último trimestre de 2011, depois de a Dior registrar vendas de 919,81 milhões de dólares nos três primeiros trimestres do ano, um aumento de 21 por cento sobre o mesmo período de 2010.

Ao redor da passarela do escritório da Dior em Paris, o clima era igualmente festivo.

A elite da moda, espremida em fileiras estreitas de cadeiras no terceiro andar do edifício, aplaudiu com entusiamos após a exibição de 40 modelos fortemente inspirados pelo tom e pelas variações de luz da fotografia em preto e branco.

O burburinho entre os fashionistas foi mais conciliador em relação ao estilista Bill Gaytten, que tem conduzido as operações de criação da grife desde a demissão de Galliano em março passado.

Em sua segunda passagem pelo evento Dior Haute Couture, Gaytten se atreveu mais com os arquivos da marca, trazendo à cena uma série de saia de seda bufantes que faziam par com jaquetas curtas e encilhadas feitas com seda bordada ou pele de crocodilo preta.

Camadas finas de seda translúcida, ricamente empilhadas para criar uma impressão de nuvem, balançavam soltas à medida que as modelos percorriam a passarela, enquanto dois vestidos de noite adornados com grandes laços puseram os fashionistas a fazer anotações furiosamente.

Também digna de nota foi uma sucessão de grandes vestidos de gala em vermelho e preto brilhantes.