Especialistas pedem mais atenção para portadores de mania de arrancar cabelos

Maddii Lown
da BBC

10/11/2010 10h13

 

  • BBC

    O distúrbio deixa grandes falhas no couro cabeludo

Especialistas britânicos defendem que os serviços públicos de saúde deveriam oferecer mais ajuda para pessoas que sofrem de tricotilomania - o impulso incontrolável de arrancar fios de cabelo e pelos.

Caracterizada como um distúrbio no controle de impulsos - como a cleptomania e o vício em jogatinas - o problema afeta 1% da população britânica. Muitos dos pacientes de tricotilomania não se dão conta de que estão arrancando os cabelos. A mania deixa muitos com grandes falhas no seu cabelo.

Acredita-se que entre suas causas estejam ansiedade, depressão e estresse.

Para o Instituto Britânico de Tricologistas - especialistas que lidam com problemas no couro cabeludo - as pessoas que sofrem do distúrbio não estão recebendo a atenção devida.

Os especialistas dizem que estas pessoas precisam de ajuda psicológica mais rápida e acessível, como terapia cognitiva e e comportamental.

Marilyn Sherlock, presidente do instituto, disse a BBC que a reação mais comum dos médicos aos casos de tricotilomania é "Pare, simples. Apenas não faça mais isso".

"Geralmente, os problemas com cabelo não ameaçam a vida (do paciente)", disse. "Por esta razão, eles (os médicos) tendem a não tratar com tanta seriedade. (Mas) é um problema bem mais grave, pois é tão visível."

Lista de espera
Um caso típico é o de Emily, de 19 anos, que começou a apresentar os sintomas do problema aos 9 anos de idade. "Meu rendimento escolar caiu e os professores começaram a notar meu comportamento. Eles chamaram minha mãe e contaram que eu andava arrancando meus cabelos", afirmou.

A jovem foi colocada em uma lista de espera e, depois, encaminhada a um psicólogo. No entanto, ela afirmou que seu problema não foi totalmente compreendido.

"Quando eu estava crescendo foi muito difícil, pois meus amigos, ok, eles tinham as questões deles, mas o cabelo deles sempre estava bom", afirmou.

"Em um certo momento (meu cabelo) estava tão desigual, que minha mãe tinha de colocar fitas e amarrar. Eu tinha de colocar presilhas em todos os lados da minha cabeça. Não parecia normal, mas era a única forma de disfarçar", afirmou.

Tratamento
Segundo Marilyn Sherlock, do Instituto Britânico de Tricologistas, uma forma de começar a ajudar é descobrir sobre os hábitos das pessoas que arrancam os cabelos.

"Acontece enquanto eles assistem à TV ou quando estão lendo um livro? Podemos descobrir formas de distraí-los, para que as mãos deles fiquem ocupadas, fazendo outras coisas", disse.

Graham Archard, do Colégio Real de Clínicos Gerais, está surpreso com o fato de que as queixas dos pacientes não estão recebendo a atenção devida.

O médico afirma que apenas falar para o paciente "pare com isso" não é o bastante. "Se um médico está falando isso para um paciente, meu conselho é encontrar outro clínico geral, encontrar alguém que realmente vá ouvi-los", disse.

Lucinda Ellery, que gerencia uma rede de salões de beleza especializada em tratamentos para perda de cabelos, atende centenas de meninas todos os anos. Ela afirma que a maioria das meninas que atende gasta milhares de libras nos tratamentos.

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