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Ícone de estilo e beleza do século 20, Elizabeth Taylor "não soube envelhecer"

GEOVANNA MORCELLI

Da Redação

23/03/2011 20h55

"Ela foi uma mulher lindíssima nos anos 50, mas com o passar do tempo, o vício em álcool e medicamentos fez com que perdesse aos poucos a leveza; ela não envelheceu bem, ficou uma mulher exagerada, que parecia desesperada por uma juventude que já não tinha mais". A frase que abre este texto é da crítica de moda Regina Guerreiro sobre uma das mulheres mais belas do século 20: Elizabeth Taylor, morta aos 79 anos nesta quarta (23).

Dona de olhos azuis puxados para o violeta, sobrancelhas grossas e arqueadas, Liz Taylor surgiu para os holofotes ainda criança, aos 10 anos em 1942, mas foi na década de 1950 que chamou a atenção com seus cabelos curtos e negros. "Na década de 50, o fato de ela ter sido uma morena no cenário de Hollywood, onde as mulheres eram, no geral, loiras e ruivas, revolucionou a estética com que todos estavam acostumados", relembra o maquiador Duda Molinos, que acredita que os cabelos curtos da atriz foram revolucionários para o período. O estilista Dudu Bertholini, da Neon, concorda com o maquiador, para ele a imagem da atriz era muito forte e seus cabelos curtos glamurosos.

  • Divulgação

    Detalhe do traço geométrico do delineador usado por Elizabeth Taylor durante as filmagens do clássico "Cleópatra": a imagem da atriz no filme é uma das imagens de beleza mais icônicas do século 20

Mas, talvez seja de "Cleópatra" (1963) a imagem mais icônica da carreira da atriz. Com os cabelos retos acima dos ombros e franja, a atriz popularizou o uso do delineador com traço geométrico que quase se juntava com a sobrancelha alongada. Marcos Costa, maquiador e blogueiro de UOL Estilo, aponta este como o visual mais marcante da atriz, "é óbvio, mas é o que mais me marcou", diz.

Beleza vem de dentro

"Eu nunca penso em mim como"bonita", eu nunca pensei. Isto é em parte culpa da minha mãe. Durante minha infância, quando as pessoas comentavam sobre minha aparência, ela virava para mim e dizia,"Elizabeth, você tem olhos realmente adoráveis, mas os olhos são apenas reflexo de sua alma. Nunca esqueça que a beleza real vem de dentro". Por causa de seu forte senso de caráter, eu nunca tive permissão para me concentrar na minha aparência"

Elizabeth Taylor, em sua autobiografia "Elizabeth Takes Off" publicada em 1987

Fora das telas do cinema, a Elizabeth Taylor sempre buscou valorizar seu olhar com delineadores em traços mais contidos e muita máscara de cílios. Já na década de 1990, porém, a atriz passou a investir em mais cores em sombras cintilantes e batons vermelhos vibrantes. Os cabelos ficaram loiros por um período e tiveram os fios repicados em cortes volumosos.

Na moda, o estilo de Elizabeth Taylor passou do "ladylike" dos anos 1950 - com cintura marcada e saias rodadas que valorizavam seu tipo físico "mignon" - para um visual exuberante, com estampas, bordados e cores. As joias, porém, estiveram presentes em toda sua vida. Em 2002, a atriz chegou a lançar um livro autobiográfico "My Love Affair with Jewelry" (Meu caso de amor com as joias) em que relaciona fases de sua vida com as joias.

(Com reportagem de Julia Guglielmetti)