Seu cão come demais ou muito rápido? 5 dicas para ajudá-lo

É bastante comum cães ficarem extremamente agitados nos momentos de refeição. Em alguns casos, a fixação dos bichinhos em torno da alimentação é tão grande que, mesmo satisfeitos, eles continuam comendo com tanta voracidade que chegam, até mesmo, a passar mal.

1. Para ajudar, investigue as causas

Os motivos que levam um animal a comer muito, ou rápido demais, no entanto, nem sempre são os mesmos. Para ajudá-los com mais segurança é necessário, antes de mais nada, descartar possibilidades clínicas. Existem doenças que, em suas condições agudas ou crônicas, podem levar a um estímulo de alimentação mais voraz e de falta de saciedade.

A doença hormonal chamada síndrome de Cushing, por exemplo, tem como uma das características o apetite insaciável e a ação muito rápida para comer.

As falhas dos donos na hora de alimentar o cão também pode levar o animal a ter um comportamento compulsivo seja por estar desnutrido ou por obesidade. Por esse motivo, é importante que o cão seja examinado para que só então seja avaliada a melhor maneira de ajudá-lo.

Outra razão para cães afoitos nas refeições é a ansiedade em torno da comida. A ansiedade tem um tratamento bastante amplo, porque é preciso tratar todos os aspectos, que incluem o manejo de vida do animal e todo o ambiente em que ele vive. E isso, indiretamente, também reflete no contexto de rotina familiar.

Por isso, o tratamento comportamental nunca é exclusivo do cão. É um tratamento da família. É preciso, às vezes, mudar alguns hábitos para fazer com que o cão viva bem.

2. Aumente os passeios e fracione mais as porções

A falta de atividades diárias é um dos fatores que pode levar o animal a desenvolver estresse ou ansiedade. Se esse for o caso, uma das dicas é alimentar o cão várias vezes ao dia, em menor quantidade. Se o ideal para um cãozinho for 400 g de ração por dia, é recomendado dar 200 g pela manhã e 200 g à noite. Mas, se o cão for muito compulsivo por comida, essa quantidade pode ser dividida em porções servidas quatro vezes ao dia ou mais para que ele comece aprender a controlar a ansiedade.

Outra orientação é aumentar a quantidade de passeios durante o dia, o que ajuda a reduzir a ansiedade e, consequentemente, a compulsão pela comida. O cãozinho precisa ter atividade tanto fora quanto dentro de casa. Os brinquedos também ajudam a a ansiedade, e o cão começa a se alimentar de uma forma mais natural, com mais lentidão.

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3. Impeça a competição entre filhotes

Em geral, os filhotes vivem durante algum tempo com os outros animais da ninhada e, por isso, criam o hábito de comer rápido a fim de estabelecer uma hierarquia diante dos demais. Para educar um cãozinho que passa por isso, o ideal é começar a trabalhar essa questão com o animal enquanto ele ainda é filhote, entre os dois e oito meses.

Se tem outros cães na casa, o ideal é que eles se alimentem no mesmo ambiente. E que um aceite a presença do outro; sem temer perder o alimento ou tornar a hora de comer uma competição. Quando o tutor percebe isso, ele deve estar presente para intermediar e evitar que haja essa concorrência.

Algumas vezes é preciso até mesmo retirar e recolocar o comedouro diante do animal enquanto ele se alimenta. Mas tudo deve ser feito com acompanhamento e orientação, para evitar casos de agressividade.

4. Cuidado para não estimular a gula

A refeição do animal de estimação até pode ser servida no mesmo horário em que a família ou o tutor for se alimentar. Mas o cão deve sempre comer a comida ideal para ele.

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O cão é guloso por natureza. Isso é uma característica da maioria dos animais. Então quando a gente oferece algum tipo de alimento diferente do que o cão está acostumado a comer, como, por exemplo, um bife ou uma refeição humana, isso se torna muito atrativo. E ele vai querer cada vez mais e mais.

O tutor não pode incentivar isso, que pode levar a uma compulsão maior.

5. Experimente apetrechos para pets afoitos

Existem, no mercado, alguns comedouros especiais desenvolvidos para animais que comem rápido demais. Em geral, eles distribuem a ração de modo que o cão precisa enfrentar "obstáculos" para conseguir alcançá-la, o que torna o processo de ingestão mais lento.

Brinquedos educativos como, por exemplo, bolinhas em que a gente consegue colocar a ração dentro e que o furo de saída seja muito pequeno também ajudam o animal a aprender a comer aos pouquinhos.

Fontes: Gisele Sprea, médica veterinária; e Ricardo Tamborini, adestrador e especialista em comportamento canino

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*Com matéria publicada em 10/05/2017

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