Escritora Clara Averbuck denuncia estupro por motorista da Uber
A escritora Clara Averbuck, 38 anos, denunciou nesta segunda, 28, em seu Facebook o estupro que ela sofreu por parte de um motorista da Uber na última noite. No post, Clara conta a violência. "Fui violada de novo, violada porque sou mulher, violada porque estava vulnerável e mesmo que não estivesse poderia ter acontecido também. O nojento do motorista do Uber aproveitou meu estado, minha saia, minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim".
A escritora também fez um alerta no seu post. "Estou com o olho roxo e a culpa de ter bebido e me colocado em posição vulnerável não me larga. A culpa não é minha. Eu sei. A dor, a raiva e a impotência também não me largam. Estou falando tudo isso para que todas as que me leem saibam que pode acontecer com qualquer uma, a qualquer momento, e que o desamparo e o desespero são inevitáveis. O mundo é um lugar horrível pra ser mulher", escreveu.
Em um papo com o UOL, Clara afirmou que não fez boletim de ocorrência porque sentiu medo, já que o motorista sabe onde mora. Ela também comentou como é fácil culpabilizar a vítima por sua situação de vulnerabilidade — esteja a mulher dormindo, bêbada, etc. —, disse que é a responsabilidade é do abusador e que é preciso desmistificar a ideia de que o estupro acontece só quando há penetração do pênis na vagina. "É estupro, sim, porque ele violou o meu corpo".
O artigo 213 da lei 12.015 do Código Penal Brasileiro considera crime de estupro "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso", ou seja, atos sexuais não-consensuais além da penetração também são considerados estupro.
Leia o relato:

O UOL procurou a empresa sobre o caso, que informou através de sua assessoria de imprensa que o motorista não pode mais voltar a dirigir através do aplicativo. "A Uber repudia qualquer tipo de violência contra mulheres. O motorista parceiro está banido e estamos à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações. Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher", diz em comunicado oficial.
Nascida em Porto Alegre, Clara Averbuck ficou famosa através de seus textos publicados em diversas plataformas online desde os anos 2000 e de seus livros de temática feminista. Entre algumas de suas obras mais conhecidas estão "Máquina de Pinball" (2002), "Vida de gato"(2004) e "Cidade grande no escuro" (2012). Além disso, Clara é fundadora do site feminino "Lugar de Mulher".
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