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5 escritoras africanas que estão dominando as listas de leitura

Daniela Carasco

do UOL, em São Paulo

02/10/2017 04h00

Com discurso engajado e histórias marcadas pelo racismo, uma série de mulheres africanas tem se destacado como escritoras da vez. Nomes recorrentes nos recentes rankings de livros mais vendidos, elas têm cruzado as fronteiras de seu continente com publicações aclamadas. Aqui, conheça cada uma delas!

Chimamanda Ngozi Adichie - Getty Images - Getty Images
Chimamanda Ngozi Adichie
Imagem: Getty Images
Musa de Beyoncé

Da Nigéria, Chimamanda Ngozi Adichie, 40, foi alçada ao posto de fenômeno pop da literatura, depois que seu discurso no TEDx Talks -- série de conferências realizada no mundo todo para disseminar ideias relevantes --, em 2013, atingiu milhões de visualizações e deu fama à frase “We Should All Be Feminists” (sejamos todos feministas). Sua fala chegou a virar estampa de camiseta da grife Dior e foi usada por Beyoncé na música “Flawless”. As publicações não ficam por menos. Os romances “Hibisco Roxo”, “Meio Sol Amarelo” e “Americanah” são sucesso de crítica e venda. Recentemente, o livro “Para Educar Crianças Feministas – Um Manifesto”, escrito em formato de carta para uma amiga,dá conselhos simples sobre oferecer uma educação igualitária a meninos e meninas.

 

Yaa Gyasi - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
Entre a África e os Estados Unidos

Nascida em Gana, Yaa Gyasi, 27, viu seu primeiro livro “O Caminho de Casa” se transformar em best-seller mundial pouco depois do lançamento. A publicação acompanha a trajetória de duas irmãs africanas que tiveram destinos completamente distintos: uma se casou com um senhor de terras britânico, enquanto a outra foi vendida como escrava para os EUA. A história das duas trata do impacto que a escravidão pode gerar em uma família e como os dramas perpassam gerações. O livro chegou a ser comparado ao aclamado “Cem Anos de Solidão”, do colombiano Gabriel Garcia Marquez.

 

Scholastique Mukasonga - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
Cicatrizes de uma guerra

Ruanda é não só seu país de origem, como o plano de fundo de uma pesada história de genocídio contada em “Nossa Senhora do Nilo”, uma autobiografia que se passa em uma escola só de meninas onde estudou. Scholastique Mukasonga, 61, é uma verdadeira sobrevivente dos conflitos étnicos de sua região. Membro da etnia tutsi, ela precisou fugir com a família dos ataques dos hutus radicais, em 1992, que deixaram milhões de mortos e estupraram a maior parte das ruandesas. Seu segundo livro “A Mulher de Pés Descalços” conta a história de outra mulher notória, sua mãe, que contrariando os costumes locais foi enterrada sem sapatos em protesto à ausência da filha.

 

Djaimilia Pereira de Almeida - Divulgação - Divulgação
Djaimilia Pereira de Almeida
Imagem: Divulgação
Revolução crespa

Em tempos de debates sobre transição capilar e orgulho crespo, a escritora nascida em Angola faz de seu livro “Esse Cabelo – A Tragicomédia de um Cabelo Crespo que Cruza a História de Portugal e Angola” um manifesto antirracista. A história de Mila é também a de Djaimilia Pereira de Almeira, 35, que conta com muita delicadeza as lembranças por trás de cada penteado da infância. Essa reflexão a fez enxergar seu lugar no mundo e reconhecer o valor de meninas que usam a internet para inspirar outras a assumirem seus cachos.

 

Michelle Nkamankeng - Divulgação - Divulgação
Michelle Nkamankeng
Imagem: Divulgação
Fazendo história

Ela tem apenas oito anos e já está fazendo história. Considerada a mais jovem escritora do continente africano, Michelle Nkamankeng, que é natural da África do Sul, entrou na lista dos dez melhores escritores infantis do mundo por seu livro “Waiting for the Waves” (“Aguardando as Ondas”, em tradução livre). A publicação trata de seu primeiro mergulho no mar e da sua experiência ao enfrentar os medos das ondas.