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3 mulheres contam como fizeram as pazes com o biquíni após anos sem usar

Adriana Nogueira

Do UOL

24/10/2017 04h00

Evitar praia e piscina, só usar maiô –e viver chateada com a barriga branca– ou ficar de camiseta largona, mesmo sob um sol escaldante, são alguns dos artifícios que muitas mulheres usam para evitar aparecer de biquíni em público.

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Agora que as temperaturas começam a subir e a expressão “projeto verão” aparece a todo momento, em conversas, na TV, nas revistas, o UOL traz três mulheres que fizeram as pazes com os biquínis e desencanaram de alcançar o peso ideal para curtir o calor.

“Na praia ou na piscina, ficava de roupa sobre o biquíni”

Aline Silva, personagem de matéria de UOL Estilo sobre voltar a usar biquíni - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal
“Sempre amei praia e piscina, mas, quando cheguei na adolescência, parei de ir, por medo de ficar de biquíni na frente dos outros. Veio a faculdade e passei a aceitar um ou outro convite, mas, não importava o calor que estivesse, ficava de roupa o tempo todo, com o biquíni por baixo. Era sempre a mais gorda da turma e tinha muito complexo. O meu peito é grande e não achava um biquíni que caísse bem. Ou tinham cara de senhora ou ficavam pequenos demais para mim. Muitas vezes, usava maiô de natação. Em 2015, terminei um relacionamento de seis anos. Além de namorado, o cara era meu sócio em uma empresa de fabricação de acessórios, onde tinha investido tudo o que tinha. O namoro acabou, e a empresa faliu. Procurando emprego desesperadamente, eu me toquei que precisava voltar a me observar, redescobrir o que gostava de fazer. Uma das coisas que pensei nessa época foi: ‘Amo praia, preciso dar um jeito de curtir, sem neura’. Precisava encontrar um biquíni que gostasse de verdade, não que fosse a única coisa que me servisse. Já tinha um tempo que estava mergulhada nos blogs plus size, que tinham sido tema do meu trabalho de conclusão de curso na faculdade de publicidade. Por meio deles, descobri uma marca de moda praia do litoral norte de São Paulo e pensei: ‘Achei o que buscava’. A primeira vez que vesti um biquíni dessa grife rolou uma emoção de verdade. Só não chorei na praia, porque fiquei com vergonha (risos). Foi uma vitória e tanto, principalmente para quem até então transava de sutiã.”
Aline Catanho, 31 anos, vendedora e maquiadora.
 

“Hoje uso biquíni também nas aulas de pole dance”

Andréa Costa, personagem de matéria de UOL Estilo sobre voltar a usar biquíni - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal
“Tem dois anos que voltei a usar biquíni. Não só usei, como tirei uma foto de corpo inteiro. Foi uma conquista e um longo processo. Antes disso, alternava maiô com usar biquíni e camiseta por cima. Queria esconder meu corpo de todas as maneiras. Cheguei a mergulhar na piscina de roupa, em uma festa da empresa na qual trabalhava. Gordo é criticado por qualquer coisa não convencional que use, e eu não aguentava os olhares, os comentários, as risadinhas. Um pouco antes de voltar a usar biquíni, comecei a perceber que, independentemente de qualquer conquista que alcançasse, estava sempre infeliz, porque achava que tinha de emagrecer. Eu me toquei que não podia basear toda a minha felicidade nesse objetivo, que era fruto da pressão que recebia dos outros. O que me ajudou nesse entendimento foi me cercar de pessoas que se parecem comigo, e a internet ajudou muito nisso. A última etapa antes de encarar o biquíni foi me libertar da neura com o tamanho dos meus braços. Moro no Rio de Janeiro e, mesmo com um calor do cão, estava sempre de manga três quartos. Hoje, não só uso biquíni na praia e na piscina como também para fazer aulas de pole dance.”
Andréa Costa, 30, relações internacionais.
 

“Agora uso fio dental e também cortininha”

Allyne Turano, personagem de matéria de UOL Estilo sobre voltar a usar biquíni - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

“Só conseguia usar biquíni desde que estivesse no meio de pessoas que não conhecesse. Caso contrário, ou arranjava desculpa para furar o programa que envolvesse praia e piscina ou ia de maiô. O motivo? O medo do julgamento das pessoas próximas. Desde a morte do meu pai, há cerca de dez anos, engordei 40 kg. Mas antes mesmo disso, sem ser gorda, eu já sofria uma pressão estética grande, da família, de colegas de trabalho. Há dois anos, eu e meu marido viajamos para Paraty (RJ) com um casal de amigos, que inclusive tinham sido nossos padrinhos de casamento. Passei quatro dias de maiô. No fim da viagem, virei para o meu marido e falei em um tom de lamentação: ‘Estou com o corpo todo bronzeado, mas a barriga branca’. E ele: ‘Está porque quer’. Eram amigos que nunca haviam feito nenhum comentário sobre meu peso. O quanto eu pesava nunca havia sido um tabu entre a gente. Foi aí que me toquei que precisava parar de esperar emagrecer para ser feliz. Depois disso, desencanei e voltei a usar biquíni, até modelos fio dental, não importando quem estivesse perto. Em março, em uma viagem para comemorar meu aniversário de casamento, vivi o momento mais libertador: coloquei um modelo com a parte de cima tipo ‘cortininha’.”
Allyne Turano, 31 anos, professora e empresária.