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Ao pedir divórcio, mulher é assassinada; suspeito, ex é encontrado morto

Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

Por Marcos Candido

Do UOL, em São Paulo

14/11/2017 16h56

Rita Jorge da Silva, 34, foi morta com dois tiros na frente dos filhos, da irmã e da mãe, de 73 anos, neste último domingo (12), na cidade de Araputanga, a cerca de 300 km de Cuiabá. O suspeito é o ex-marido, de quem ela pedia o divórcio do casamento.

Há menos de uma semana, Rita havia informado para a polícia que o ex a ameaçava de morte. Segundo o boletim de ocorrência, na última quinta (9) ele invadiu a casa da mãe dela, também em Araputanga, onde se abrigava com os filhos durante a separação e por medo do ex-marido. O suposto assassino disse a ela que se recusaria a pagar uma futura pensão alimentícia após a conclusão do divórcio. Ele, então, prometeu que voltaria até a casa para matá-la. A polícia disse não ter conseguido encontrá-lo durante o período. 

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O suspeito já tinha sido denunciado por violência doméstica. Em duas ocasiões, a justiça havia emitido medidas protetivas contra ele. Segundo a polícia civil, Rita decidiu por revogar a proteção quando as agressões cessaram. Antes que o terceiro e novo pedido de proteção fosse comunicado à Justiça, o suspeito a matou. Quando a ambulância chegou ao local, Rita já estava morta e o atirador fugido em uma moto. A mãe estava muito abalada.

Estado é violento para as mulheres

A morte de Rita é mais uma a constar nas estatísticas de violência contra a mulher no Mato Grosso. De janeiro a setembro deste ano, 52 mulheres foram assassinadas no estado, de acordo com números da secretaria de segurança estadual. No mesmo período do ano passado, foram 64 mortes.

Apesar do boletim de ocorrência relatar o caso como crime “passional”, a morte de Rita pode ser interpretada como feminicídio, agravante que aumenta a pena para quem mata mulheres em todo o país. Em um feminicídio, a pena por homicídio doloso pode ser aumentada para até 30 anos de reclusão.

De acordo com o Anuário de Segurança Pública de 2017, 6,0 a cada cem mil mulheres foram mortas no Mato Grosso no ano passado. A média nacional foi 4,4 a cada 100 mil mulheres no mesmo período. Nesta segunda (13), outra mulher, Solange dos Reis, 41, também foi morta a tiros em casa, na cidade de Sinop, a quase 500 km de Cuiabá.

Reviravolta: suspeito é encontrado morto

De acordo com as informações da Polícia Civil mato-grossense, o suspeito pela morte de Rita Jorge, o pedreiro José Antonio Caetano, 34, foi encontrado morto em uma avenida de Araputanga na madrugada desta terça (14).

A teoria da polícia é de que ele tenha se jogado contra um caminhão estacionado. No B.O por ameaça feito pela vítima, José disse que os dois não “iriam sair vivos” se o processo de divórcio não fosse interrompido.

A reportagem tentou entrar em contato com os familiares da vítima, mas até o fechamento desta nota não obteve resposta.