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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Nova bicicleta promete aulas mais difíceis de spinning

O novo modelo promete deixar as aulas mais difíceis - Divulgação/SoulCycle
O novo modelo promete deixar as aulas mais difíceis Imagem: Divulgação/SoulCycle

Naureen S. Malik

21/07/2017 12h18

A SoulCycle, a academia especializada que conta com um séquito de fãs de mais de 18.000 "spinners" por dia, lançou desde maio uma nova bicicleta modificada em suas filiais de Nova York. A companhia espera que o novo equipamento reduza os custos de manutenção --o que possibilita acelerar a expansão-- e que torne o treino mais difícil para os membros.

Chamada Soul Bike Next Generation, a nova bicicleta parece maior e mais robusta, embora pese 152,16 quilos e na verdade seja 6,8 quilos mais leve que a versão antiga, graças ao quadro de alumínio. A companhia pretende implementar as novas bicicletas em todo o país até o fim de 2018.

A principal mudança é o uso de indução eletromagnética para criar fricção, sendo que no modelo anterior o freio entrava em contato direto com a roda. Com um sistema de transmissão com correia de carbono fabricado pela Stages Cycling, ela é suave, silenciosa, dispensa o uso de lubrificantes e quase nunca precisa ser ajustada.

Exercitar-se nela também é muito mais difícil: como qualquer um que já tenha feito uma aula na SoulCycle sabe, uma das grandes alegrias da aula é dar duro nas subidas e recuperar o fôlego ao deslizar. Com as novas bicicletas, não vai dar para descansar tanto assim. Você precisará girar mais vezes o botão de resistência para parar bruscamente, o que reduz a possibilidade de deslizar a altas velocidades depois de pedalar vigorosamente.

"A roda é um pouco mais pesada que a anterior, então é necessário fazer mais esforço para manter o mesmo ritmo na nova bicicleta", disse Daniel Wiener, instrutor mestre da SoulCycle que está com a companhia há nove anos. Segundo ele, um nível "zero" de resistência na nova bicicleta parece mais como uma volta e meia na bicicleta antiga.

Gabby Etrog Cohen, vice-presidente sênior de relações públicas e estratégia de marca, afirma que o sistema magnético reduzirá à metade o tempo gasto em manutenção devido à ausência de desgaste físico. E uma bicicleta ergométrica que não precisa de muita manutenção facilitará a abertura de novas academias.

"Pedalar é mais suave, mais confortável e mais eficaz", disse Cohen. Pedalar nessa bicicleta é tão suave que um comentarista disse que ela é "o Marvin Gaye das bicicletas ergométricas".

Essa proposta de atividade física se tornou tão popular que os ciclistas desembolsam quase US$ 34 por uma única aula, mais que em academias concorrentes que oferecem acessórios mais sofisticados. Em 2011, um braço da gigantesca rede de academias de ginástica Equinox Holdings adquiriu uma participação majoritária e depois aumentou sua fatia para 97% em 2015. A companhia não quis revelar quanto está gastando nas novas bicicletas e limitou-se a informar que as substitui a cada cinco anos, quando a garantia expira.

Em um documento apresentado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA em 2015, a Equinox registrou um salto de 12 academias em 2012 para 36 em 2014, e o número de membros anuais passou de 969.000 para 2,9 milhões. A receita operacional pulou de US$ 7,8 milhões para US$ 26,5 milhões nesse mesmo período. Até este ano, a companhia afirma ter cerca de 6,6 milhões de ciclistas por ano e 85 filiais.