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Nem todo item da culinária japonesa é "light", alertam nutricionistas

Thamires Andrade

Do UOL, em São Paulo

05/03/2012 07h00

Manter a dieta não está entre as tarefas mais fáceis, especialmente para quem não quer deixar de lado a vida social. A maioria dos locais em que os amigos e familiares costumam se reunir estão repletos de alimentos calóricos e fritos. Uma boa opção para quem não quer se isolar em uma ilha deserta enquanto está de regime é ir a um restaurante japonês.

O alerta, no entanto, é não abusar. "Os ingredientes da culinária japonesa são saudáveis e ricos em nutrientes que ajudam a emagrecer, mas ainda assim é preciso ficar atento à quantidade de comida ingerida", explica Roseli Rossi, nutricionista da clínica Equilíbrio Nutricional.

Portanto, se quiser manter a dieta, desista de comer todos os pratos oferecidos nos rodízios de comida japonesa. "Não adianta querer aproveitar tudo que está pagando, pois assim a pessoa excederá o valor calórico da refeição e não vai conseguir conciliar a dieta”, afirma a nutricinista Andrea Veronezzi.

Para se controlar no rodízio, Rossi dá a dica de começar pelos cogumelos shimeji ou shitake, sem manteiga e com pouco molho shoyu. "Esses cogumelos devem ser consumidos primeiro, pois têm poucas calorias e proteínas de alto valor biológico que dão sensação de saciedade e fortalecem o sistema imunológico", afirma.

A quantidade de shoyu colocado no alimento também deve ser controlado. "O molho é rico em sódio, mineral que provoca retenção de líquido e deixa a pessoa mais inchada", explica Rossi.

A nutricionista indica trocar o shoyu tradicional pelo light, que tem redução de 35% do sódio. Para quem tem hipertensão ou problemas cardíacos e circulatórios o ideal é misturar limão, azeite e shoyu light. "Essa mistura oferece um molho mais saudável, pois reduz a quantidade de sódio e o limão ainda ajuda nos processos digestivos", comenta Rossi.

Sushis e temakis também devem ser consumidos com moderação. "Como são feitos de arroz, o carboidrato em excesso pode atrapalhar a dieta", aponta Veronezzi. A restrição maior é com relação ao temaki, pois cada um corresponde ao consumo de três sushis. “Além de uma quantidade de carboidrato em excesso, as pessoas costumam acrescentar maionese e abusar do molho, o que faz com que mais calorias sejam adicionadas na refeição”, destaca.

Todos os peixes presentes na culinária japonesa são indicados pelas nutricionistas, pois além de terem nutrientes importantes, apresentam poucas calorias. "O atum, o salmão e o peixe branco tem ômega 3 e ácidos que previnem doenças cardiovasculares e inflamações", aponta Rossi.

Excluir da alimentação

Mesmo com ingredientes ricos em nutrientes necessários para saúde, a culinária japonesa também tem alimentos que devem ser evitados, especialmente os fritos. "A comida japonesa sofreu algumas mudanças para se adaptar ao paladar dos brasileiros e ficou mais rica em gordura", conta Rossi.

Para manter a dieta exclua do prato os alimentos fritos, como hot roll, yakisoba, guioza e tempurás. "Ainda que o tempurá, por exemplo, seja feito com legumes, a gordura proveniente da fritura não permite que o alimento traga benefícios para quem consome", destaca Rossi.

A nutricionista da clínica Equilíbrio Nutricional também adverte sobre o tepan. "Mesmo ele sendo grelhado é preciso verificar se ele está sem gordura para evitar irritações na mucosa gástrica", afirma.

Na hora da sobremesa, Veronezzi indica passar longe dos doces flambados e outras opções fritas. "Os rodízios costumam ter como opção de sobremesa frutas, sorvetes light e salada de frutas, boas opções para quem está de dieta", acredita.

Segurança alimentar

Como os alimentos da culinária japonesa costumam ser consumidos crus, Rossi aponta como primordial confiar no local em que a comida está sendo preparada para diminuir as chances de intoxicação alimentar.

"A higiene do local e do sushiman precisa estar adequada, bem como o armazenamento, pois esses alimentos são altamente perecíveis", explica ela.