Topo

Certos alimentos e atitudes combatem o mau humor durante a dieta

Carla Prates

Do UOL, em São Paulo

25/05/2013 07h00

Iniciar ou, pior ainda, reiniciar uma dieta após várias tentativas para emagrecer significa ter de passar por uma fase muito complicada. Neste período, é comum o mau humor e a irritabilidade aparecerem, prejudicando tanto o processo de emagrecimento como o nosso dia a dia.

A boa notícia é que há dois aliados nesta árdua batalha contra as alterações de humor: a nutrição preventiva e o autoconhecimento.

Segundo a nutricionista, farmacêutica e bioquímica Lucyanna Kalluf, alguns alimentos têm nutrientes que regulam os neurotransmissores, substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre as células, aumentando sensações como prazer, bem-estar, ânimo, além de reduzir o estresse e a ansiedade.

Isso quer dizer que certos alimentos, ricos em vitamina B6, triptofano, magnésio e cálcio, trazem equilíbrio para neurotransmissores importantes que atenuam o mau humor e a irritabilidade, como dopamina, noradrenalina, serotonina e endorfina.

Portanto, a alimentação preventiva melhora a atividade cerebral, uma vez que pode estimular a produção desses neurotransmissores. E, se perder peso significa ficar irritado e de mal com a vida, além das calorias, outro ponto de atenção deve ser a inclusão desse tipo de alimento em sua dieta.

Vale lembrar também que uma alimentação equilibrada é o passo fundamental, seja para emagrecer ou manter o humor em dia. Segundo Kalluf, é preciso prover as necessidades nutricionais básicas diárias, incluindo melhor adequação de vitaminas e minerais, aumentando a ingestão de verduras e frutas. “O ideal por dia é comer cinco porções de frutas e dois pratos de hortaliças, com muitas folhas verde-escuras”.

Emoções podem atrapalhar processo

Outro “amigo do bom humor em dietas” é o autoconhecimento. O psicólogo e psicoterapeuta especialista em programas de emagrecimento Marco Antonio De Tommaso explica que a comida funciona como um redutor de tensão a curto prazo. Quando se diminui a qualidade ou a quantidade de comida, esse artifício cai por terra e daí as emoções por trás da comida vêm à tona, trazendo irritação, nervosismo, mau humor. “E isso acontece muitas vezes sem que as pessoas percebam, sem que tenham consciência de que algumas emoções podem ser ‘acalentadas’ pela comida”. 

O psicólogo esclarece que a origem desse comportamento pode estar na primeira infância. “Ao se expressar pelo choro, o bebê é acalentado pelo peito da mãe, sendo este o primeiro modelo que o ensina a consolar a tensão por meio do alimento”, explica.

Diante desta perspectiva, a obesidade pode ser traduzida como a forma inadequada de expressarmos nossas emoções. É neste ponto que o psicoterapeuta orienta: “se uma pessoa consegue identificar quais emoções estão por trás da comida tem mais chance de emagrecer e permanecer magra”, evitando inclusive alterações de humor em decorrência desse processo.

Para isso, o mais recomendável é procurar a ajuda de um psicoterapeuta. Mas, de antemão, vale ficar atento a alguns pensamentos, comportamentos e emoções que podem gerar pressão, ansiedade e irritabilidade.