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Idade avançada não é obstáculo para correr, afirma especialista

Gretchen Reynolds

Do The New York Times

25/01/2014 07h00

Existe algum estudo científico que comprove que as pessoas mais velhas (acima dos 45 anos) deveriam limitar exercícios de alto impacto, como praticar corrida, dar piques, etc?

Na verdade, boa parte da ciência recente sobre exercícios de alto impacto por "pessoas mais velhas" como eu – falando nisso, prefiro o termo "experiente" – chegou à conclusão oposta, sugerindo que em muitos casos o exercício de alto impacto pode ser benéfico para quem está na meia-idade ou além.

Por exemplo, um estudo seminal de 2003 sobre pessoas de 30 a mais de 70 anos de idade descobriu que enquanto os adultos sedentários perdem perto de 10% da capacidade máxima de resistência por década, atletas jovens e de meia-idade regularmente envolvidos em exercícios intensos e de alto impacto, tais como a corrida intervalada, sofriam um declínio mais lento, perdendo somente 5% da capacidade por década até os 70 anos, quando a perda se acelera para todos.

Existem poucas provas a apoiar a crença disseminada de que o exercício de alto impacto acelera o aparecimento da artrite. Segundo estudo de 2013, corredores adultos, incluindo muitos com 45 anos ou mais, tinham uma incidência menor de osteoartrite e substituição da bacia do que caminhantes de idade similar, com os adultos que acumulavam a maior quilometragem durante o período de sete anos tendo o risco mais baixo, possivelmente, de acordo com especulação do autor, porque correr melhorou a saúde da cartilagem das articulações e os manteve magros enquanto envelheciam.

De forma similar, uma revisão conduzida em 2006 com estudos sobre corrida e articulações concluiu que a "corrida de longa distância não aumentava o risco da osteoartrite dos joelhos e bacia das pessoas saudáveis que não têm outras contraindicações para esse tipo de atividade física e pode até ter um efeito protetor contra a degeneração das juntas".

A corrida e atividades similares de alto impacto têm um efeito salutar na densidade óssea, disse o Dr. Michael Joyner, fisiologista de exercícios da Clínica Mayo, Rochester, Minnesota, e especialista em atletas mais velhos, como ele. De acordo com Joyner, ele é "cético" em relação à ideia de que os idosos deveriam evitar atividades de alto impacto.

"Boa parte da preocupação sobre modalidades de exercícios apropriados à idade se revelou mais especulação do que realidade ao longo dos anos", ele garantiu, acrescentando que durante sua pesquisa e exercícios pessoais, viu muitos adultos experientes correrem sem efeitos negativos.