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Faz bem e mal: Veja as diferenças entre as gorduras que você come

Colaboração para o UOL

27/01/2017 04h04

Alimentos gordurosos estão relacionados diretamente ao ganho de peso e a problemas cardíacos. Mas apesar de só lembrarmos dos pontos negativos, o corpo também precisa de uma quantidade diária de gordura para a formação das células e também para nos dar energia, lembra a nutricionista Aline Carvalho, da USP. O problema está no excesso. “Os brasileira consomem 80% a mais de carne do que o recomendado pelo World Cancer Reserach Fund”, cita a estudiosa, sendo que a carne vermelha é a principal fonte de gorduras saturadas.

Veja as diferenças entre as gorduras para equilibrar suas refeições no dia a dia:

GORDURAS SATURADAS

Sanduíche de Carne louca - Reprodução/Google - Reprodução/Google
Imagem: Reprodução/Google

O que são: Quimicamente, são moléculas de gordura que não têm ligações duplas entre os átomos de carbono. Em temperatura ambiente, essas moléculas são sólidas.

Onde estão: as carnes são as principais fontes de gordura saturada na alimentação. A gordura satura está presente principalmente nos bifes com gordura, carne de carneiro, porco, aves com pele, banha de porco, nata de leite, manteiga e queijos.

Malefícios: Por ser uma molécula sólida, ela se deposita e acumula mais facilmente nos vasos e veias, por isso relacionada a doenças cardiovasculares. Além de aumentar as taxas de LDL (o colesterol ruim) no sangue.

Benefícios: De acordo com a Associação Americana do Coração, em uma dieta de 2.000 calorias, não deve comer mais do que 16g de gordura saturada por dia.

 

GORDURA INSATURADAS:

 

Ceviche de reineta e salmão do restaurante Proa al Mar, em Valparaíso. A reineta é um peixe de carne branca e sutil que só ocorre na costa chilena - Sergio Crusco/UOL - Sergio Crusco/UOL
Imagem: Sergio Crusco/UOL

O que são: Uma molécula de gordura pode ter uma insaturação da carbono (monoinsaturada) ou mais de duas (polinsaturada), explica a nutricionista da USP, Aline Carvalho. A gordura é formada por até 30 carbonos e um átomo de carbono pode fazer várias ligações, inclusive entre si. Quando há uma dupla ligação (um carbono ligado a outro carbono), a molécula ganha um aspecto mais maleável, por isso os óleos são líquidos em temperatura ambiente.

Onde estão: as gorduras polinsaturadas estão presentes nos peixes (como ômega-3 e ômega-6) e nos óleos de soja, milho e girassol. As monoinsaturadas estão nos óleos de canola e azeite e na castanha de caju).

Benefícios: As gorduras insaturadas são benéficas quando ingeridas com moderação, principalmente, se usadas como substitutas das gorduras saturadas. Elas ajudam a reduzir o nível do LDL (conhecido como colesterol ruim) e também são fonte de vitamina E.

Malefícios: A gordura insaturada só faz bem se consumida com moderação. “Exagerar nas frituras, mesmo se usar óleos bons, está associado ao aumento do peso”, afirma, Carvalho.


GORDURA TRANS

Os sorvetes sem glúten do La Basque são opção para a sobremesa de quem possui a restrição alimentar. - Divulgação - Divulgação
Os sorvetes sem glúten do La Basque são opção para a sobremesa de quem possui a restrição alimentar.
Imagem: Divulgação

O que são: são um tipo de gordura formada por um processo de hidrogenação industrial. São lipídios insaturados que contêm uma ou mais ligações duplas em uma configuração trocada (ou trans). A hidrogenação também ocorre durante o processo de ruminação de alguns animais, fazendo com que em suas carnes haja uma pequena porcentagem.

Onde estão: Estão presentes principalmente nos produtos industrializados, que usam gordura hidrogenada em suas receitas, como margarinas, biscoitos, massas instantâneas, sorvetes, chocolates, pratos congelados e pipoca de micro-ondas. Os alimentos de origem animal, como carne e leite, possuem quantidades insignificantes dessas gorduras, de acordo com a Anvisa.

Malefícios: Aumenta as taxas de colesterol total e de LDL (chamado de colesterol ruim), além de reduzir os níveis de HDL (colesterol bom).

Benefícios: As gorduras trans são utilizadas para melhorar a consistência e o sabor dos alimentos, mas, de acordo com a Anvisa, não há nenhum estudo que comprove benefícios para a saúde.

*Fontes: Anvisa, American Heart Association e Aline Carvalho (nutricionista doutora pela Faculdade de Saúde Pública da USP)