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Stênio Garcia cai e quebra costelas; conheça sinais de vulnerabilidade

O ator Stênio Garcia e a mulher, Marilene Saade, em um hospital do Rio de Janeiro - Reprodução/Instagram
O ator Stênio Garcia e a mulher, Marilene Saade, em um hospital do Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/Instagram

Adriana Nogueira

Do UOL

28/03/2017 15h47

Stênio Garcia, 84, caiu em sua casa, no Rio de Janeiro, e fraturou duas costelas, nesta segunda-feira (27). Em seu perfil no Instagram, a mulher do ator, Marilene Saade, contou que ele quebrou duas costelas e terá de passar por uma cirurgia. Segundo o documento “Quedas em Idosos: Prevenção”, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, a queda é o mais sério e frequente acidente doméstico que ocorre com idosos e a principal causa de morte acidental em pessoas acima de 65 anos.

Para a geriatra Flávia Barros de Azevedo, do Hospital das Clínicas de São Paulo, mais importante do que a idade, existem sinais físicos que possibilitam na mensuração do risco de queda.

“Há testes que podem ser feitos em consultório pelo geriatra [médico especializado no atendimento dessa população]. Costumo pedir que o paciente sente e levante de uma cadeira cinco vezes, sem apoiar. Também meço a panturrilha para verificar se há sarcopenia [perda de fibras musculares]. Um número menor do que 32 cm indica maior vulnerabilidade a quedas”, afirma Flávia.

A médica diz que, mesmo um idoso saudável, está sujeito a problemas próprios do envelhecimento. “Ao longo do tempo, a pessoa perde equilíbrio, acuidade visual [capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos], força muscular. Então, naturalmente, corre maior risco de cair.”

De acordo com dados do Ministério da Saúde, anualmente, de 30% a 60% da população com mais de 65 anos cai e se machuca. De acordo com a geriatra, as lesões mais comuns são fraturas de coluna vertebral, de braço e de antebraço.

O arquiteto Ivan Cassola, idealizador da plataforma Ark Dek, diz que é preciso ajustar a casa à medida que o morador envelhece. A seguir veja conselhos para tornar o ambiente mais seguro e minimizar o risco de quedas.

Iluminação

Segundo o arquiteto, vale reforçar os pontos de iluminação, principalmente em áreas de maior circulação, como os caminhos para o banheiro e a cozinha.

Tapetes

Cassola fala que é fundamental eliminar esse item da decoração da casa. “O artifício de fixar tapete com fitas adesivas não vale o risco. Eu não aconselho.”

Móveis

O arquiteto indica dar preferência a móveis mais robustos, pois o idoso costuma se apoiar para sentar e levantar. Ainda sobre mobiliário, ele diz que o melhor é optar por uma decoração com menos itens e evitando os muito baixos, como pufes.

Pisos

Deve-se evitar revestimentos muito lisos como porcelanato polido, principalmente no banheiro. Na impossibilidade de trocar, Cassola recomenda aplicar fitas antiderrapantes para aumentar a aderência. Se a moradia tiver taco de madeira, a manutenção é fundamental para garantir que não haja peças soltas nem com relevo.

Escadas

Cassola afirma que o ideal é que a casa não tenha, mas, se houver, que haja corrimões dos dois lados e fitas de cores fortes –daquelas usadas em vidros—para ajudar o idoso a perceber onde termina o degrau.

Banheiro

Além do já citado cuidado com a escolha do piso, o arquiteto recomenda a colocação de barras de apoio dentro da área do boxe e perto do vaso sanitário.

Quadros

Cassola fala ainda que quadros e outros objetos decorativos de parede não devem ser colocados em áreas de circulação, pois há o risco de o idoso se apoiar na parede, derrubar o item e se machucar.