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Ex-gordinhos, hoje eles são sarados e disputam concursos de beleza

Ana Elisa Faria

Colaboração para o UOL

24/05/2017 04h00

Cristian Fin, Júnior Garcia e Raphael dos Anjos são belos e sarados. Mas, acredite: os três já estiveram acima do peso e ralaram muito para mudar de vida. Com alimentação saudável e muito  exercício, eles redefiniram seus corpos e agora disputam o título de Mister Brasil, concurso que vai escolher, em 12 de agosto, o homem mais bonito do país.

Ao UOL, eles contaram suas trajetórias de emagrecimento:

Cristian Fin  - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Cristian Fin chegou a pesar 110 quilos e hoje tem 85
Imagem: Arquivo Pessoal

Cristian Fin, 21, estudante de direito e filosofia e mister Pampa Gaúcho

“Fui gordo durante toda a minha infância e adolescência. Cheguei a pesar 110 quilos. Aos 18 anos, tive um choque e senti medo da obesidade porque algumas pessoas da família descobriram problemas de saúde relacionados ao coração. A partir daí, decidi me cuidar. Fiz matrícula na academia, comecei a correr e busquei uma nutricionista para regular minha alimentação no dia a dia. Fui seminarista por anos e tinha uma rotina saudável até, porém, dava um jeito de comer bastante besteira. Minha família é do interior Rio Grande do Sul, somos descendentes de italianos. Então, sempre comi muita massa, pizza. Minha mãe foi se influenciando ao perceber que eu estava mudando a alimentação e me cuidando. Agora, tenho 85 quilos. Quando visito os meus pais, sempre tem salada, arroz integral e frango grelhado.”

Júnior Garcia chegou aos 117 quilos e hoje tem 90 - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Júnior Garcia chegou aos 117 quilos e hoje tem 90
Imagem: Arquivo Pessoal

Júnior Garcia, 27, músico, bacharel em direito e mister Minas Gerais

“A partir dos 19 anos, comecei a engordar. Cheguei aos 117 quilos, mas percebi que estava gordo quando fiz uma avaliação física e tive o laudo de obesidade. Aí fiquei preocupado. Mesmo assim, o que me fez querer mudar não foi a saúde: foram os olhares das pessoas na rua. Isso me incomodava. Muita gente também falava. Eu sofria bullying e ouvia comentários maldosos no dia a dia. Escutava coisas como 'Júnior, aonde você vai chegar? Se continuar assim, você não conseguirá mais passar pela porta'. Ficava ofendido e chateado. Daí, pensava: 'poxa, tenho condições de ter um corpo legal, já representei a minha cidade [Sete Lagoas] em um concurso de beleza, quando tinha de 16 para 17 anos, e hoje não faço nada, estou obeso'. Eu me alimentava mal, comia bobagens o tempo todo, não ia à academia. Tudo isso me machucava. Minha autoestima estava lá embaixo. Ia comprar roupas e tinha que pedir o tamanho 46. Tinha flancos e culote. Ficava com vergonha de sair de casa. Foi um período difícil. Depois de uma conversa comigo mesmo no espelho, decidi mudar de vida. Aos 23, iniciei o processo de emagrecimento. Pesquisei muito na internet, li bastante e estudei os alimentos. Hoje, tenho 90 quilos e passo com um nutrólogo, que também me ajuda. Sigo a dieta à risca, mas como coisas de que gosto. Quando caio em tentação, é na certa. Se quero um doce, como um chocolate 85% cacau, que é mais saudável. Além disso, malho, corro e nado.”

Raphael dos Anjos - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Em 2012, Raphael dos Anjos chegou aos 132 quilos e hoje tem 83
Imagem: Arquivo Pessoal

Raphael dos Anjos, 29, tradutor e mister Paraíba

“"Em 2012, cheguei aos 132 quilos, o auge do meu peso. Tive problemas de saúde por causa do sobrepeso: descompensação glicêmica, colesterol desregulado e pressão alta. Na minha família, há um histórico de diabetes. Minha mãe faleceu por conta da doença. Mas foi após um episódio específico que me dei conta de que algo precisava mudar. Eu trabalhava entre 14 e 16 horas por dia na área de marketing de uma empresa. Uma vez, o elevador quebrou e eu tive que subir sete andares de escada. Demorei quase uma hora e passei muito mal no percurso. Tive que sentar várias vezes, não conseguia respirar. Quando cheguei à minha mesa, estava todo suado. Naquele mesmo dia, depois do expediente, me inscrevi na academia. Desde então, não larguei mais. No primeiro mês, fiquei só malhando. Depois, fui ao nutricionista para fazer um trabalho de reeducação alimentar porque realmente eu não sabia comer; eu vivia de fast food. Levei cinco anos para chegar ao meu peso ideal, de hoje: 83 quilos. Tem sido um trabalho bem árduo. Minha família é nordestina e na casa do meu pai sempre tem caldo de mocotó, cuscuz, queijos. Hoje, na minha casa, a alimentação é toda correta. Desenvolvi gosto pela culinária saudável. Tento transformar aquelas comidas sem graça de dieta em pratos atrativos. Fora isso, treino todos os dias e, há três anos, voltei a praticar balé, atividade que também me exige muito, com ensaios diários de quatro horas.”