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Cientistas criam banana transgênica que ajuda no crescimento e na visão

A banana dourada (a cima) é mais amarela que a fruta que estamos acostumados - Queensland University of Technology
A banana dourada (a cima) é mais amarela que a fruta que estamos acostumados Imagem: Queensland University of Technology

Do UOL, em São Paulo

18/08/2017 20h28

Sabemos que a banana é uma fruta nutritiva e sempre uma ótima pedida para encher a barriga na hora da fome. A novidade é que ela pode melhorar e até salvar vidas.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, desenvolveu uma banana transgênica com 20 vezes mais betacaroteno do que as normais. A substância é importante para o organismo, pois é transformada em vitamina A quando consumida e ajuda no crescimento, na visão, na formação dos dentes e na renovação celular.

Segundo os cientistas, a deficiência de vitamina A é um dos principais problemas de saúde pública do mundo, apesar das estratégias de fortificação de alimentos e suplementos e, por isso, a criação é de extrema importância.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 190 milhões de crianças pré-escolares têm deficiência de vitamina A. Além disso, o líder da pesquisa, James Dale, afirmou que de 650 a 700 mil crianças morrem a cada ano no mundo pela deficiência, além de outras centenas de milhares que, pela falta da vitamina, ficam cegas.

A fruta transgênica demorou 12 anos para ser criada, é mais amarela que a que estamos acostumados e foi batizada de “banana dourada”. O projeto teve ajuda de 10 milhões de dólares da Fundação Bill & Melina Gates e do departamento de desenvolvimento internacional do Reino Unido.

Para criação, Dale conta que usou a banana Cavendish, o tipo mais comum, integrando a ela genes da Fe’i, famosa pelo alto teor de betacaroteno e originada na Papua-Nova Guiné.

Ainda será preciso alguns retoques finais para que a banana dourada fique mais resistente e produtiva, mas os genes já foram enviados para Uganda em tubos de ensaio para o início de testes de campo no país. A ideia é espalhar o projeto pela África, onde o problema da fome existe em maiores proporções.