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Conhece as plásticas feitas na vagina? Veja os 6 tipos mais comuns

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Imagem: Arte/ UOL

Maria Júlia Marques

Do UOL, em São Paulo

11/09/2017 04h15

Quando pensamos em cirurgia plástica, procedimentos como lipoaspiração e implantes de silicone parecem os mais famosos. Porém, tem uma outra categoria, não tão visível aos olhos, que se popularizou no Brasil: as cirurgias íntimas. O país é recordista mundial em plásticas íntimas. Só em 2016, 25 mil brasileiras buscaram corrigir as “imperfeições” vaginais, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica. 

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A maior parte das intervenções são apenas estéticas. Segundo o André Colaneri, cirurgião da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, essas mulheres ficam constrangidas com as formas da vagina e acabam até evitando relações sexuais. "A vagina não tinha padrão de beleza. Mas com a internet e o fácil acesso aos filmes pornôs, por exemplo, começamos a criar um”, acrescenta Marcos Desidério, ginecologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Antes da operação, o ginecologista pede para a mulher pensar a respeito por alguns meses e pode até aconselhar um psicólogo para discutir a ideia. “Se não for por saúde, temos que deixar claro que a cirurgia não precisa ser feita. Toda operação pode causar danos e a pessoa pode se poupar”, explica Rodrigo Castro, presidente da comissão de uroginecologia e cirurgia vaginal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Está decidida a operar?

Não coloque expectativas de melhoras sexuais nas plásticas. As mudanças são apenas físicas, não mexem na sensibilidade. Porém, cerca de 65% das mulheres que passam pelos procedimentos falam em melhora do sexo. “É a questão psicológica, elas ficam mais confiantes e aproveitam o momento”, afirma Colaneri.

As operações costumam durar de 50 minutos a uma hora e meia e a paciente pode ir para casa no mesmo dia. O pós-operatório varia, mas é importante ficar de repouso por três dias, sem usar roupas apertadas, lavando bem a área e fazendo compressas com gelo. Para voltar a atividade sexual e exercícios, ao menos um mês.

6 tipos de cirurgia íntima mais comuns:

cirurgias íntimas - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Não confunda as partes da vagina e entenda melhor as operações
Imagem: Arte/ UOL

1 - Labioplastia (também chamada de ninfoplastia):

É a cirurgia íntima mais procurada e indicada para quem tem pequenos lábios muito grandes. A ideia é reduzir o tamanho, evitando que os pequenos lábios se projetem para fora dos grandes lábios. A cirurgia também pode ser feita por questões de saúde: algumas mulheres têm pequenos lábios muito grandes e, durante o sexo, eles entram e saem da vagina conforme o movimento do pênis, causando incômodo e dor. Além disso, o tamanho exagerado aumenta chance de fungos, como a candidíase.

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2 - Redução do monte de vênus

O monte de vênus é localizado acima do púbis --região com pelos pubianos. Quem busca a operação reclama de ter muito volume no local, ficando em evidência ao usar calças mais justas ou biquínis. A diminuição dessa área pode ser feita com lipoaspiração. Em alguns casos, é indicado retirar a pele que fica flácida ou “sobrando” após a retirada de gordura. Segundo Castro, existe também a vontade oposta, algumas mulheres querem aumentar o monte de vênus e injetam gordura no local.

3 - Flacidez dos grandes lábios

Quando o incômodo é nos grandes lábios, por esconderem os pequenos, terem excesso de pele ou flacidez. Para falta de volume, a solução é um enxerto de gordura. O cirurgião tira gordura das costas ou da barriga da paciente e coloca nos grandes lábios, deixando-os carnudos e rígidos. Nos casos de flacidez, o indicado é usar um laser para retrair a pele. Mas caso seja preciso retirar pele, a cirurgia é simples e corta um pedacinho.

4 - Clitoriplastia

A cirurgia é feita no clitóris e por isso é a mais delicada. O médico precisa tomar cuidado para não afetar o clitóris e a sensibilidade dele. Pode ser feita para remover excesso de pele da área e deixar o clitóris mais exposto, para reconstituição do órgão ou quando há problemas de má-formação. Além disso, Desidério afirma que o número de mulheres que opera por usar esteroides e sofrer hipertrofia do clitóris como consequência aumentou. A cirurgia varia dependendo da situação de cada paciente.

5 - Perinoplastia

Pode ser feita por saúde, por mulheres que sofreram alterações na vagina decorrentes de partos ou outras lacerações na musculatura, que podem causar até incontinência urinária. Mas também pode ser estética, feita por pacientes que querem deixar a região mais “justa”. Existem diferentes técnicas. Em uma delas, o médico faz uma incisão entre a vagina e o ânus e resseca a região, aproximando os músculos do períneo.

6 - Reconstrução do hímen

Quando a mulher faz sexo pela primeira vez, ela rompe a pele que fecha parcialmente o orifício da vagina, o hímen. Na cirurgia, o profissional une os pedaços restantes do hímen. Aí ao transar pela primeira vez após a operação, a paciente rompe o hímen de novo. Colaneri afirma que não é possível sentir o rompimento ou nada parecido, é algo simbólico.