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Ser generoso aumenta sensação de felicidade

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Imagem: iStock

DO UOL

14/09/2017 10h14

Um estudo recente descobriu que o ditado popular “é melhor dar do que receber” tem fundamentos científicos. Publicada no periódico “Nature Communications”, a pesquisa mostrou que a generosidade modifica a atividade do cérebro e faz com que as pessoas se sintam mais felizes, mesmo que a boa ação seja pequena ou somente imaginária.

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Cientistas da Universidade de Zurique, na Suíça, recrutaram 50 homens e mulheres e pediram para que eles completassem um questionário sobre seu humor atual. Depois, os pesquisadores deram cerca de R$ 78 para cada um deles, uma vez por semana, durante um mês. Metade do grupo foi instruído a gastar consigo mesmo. A outra metade foi instruída a escolher um novo destinatário a cada semana para gastar o dinheiro. Em outras palavras, metade concordou em ser egoísta e a outra em ser generosa.

No começo do estudo, os voluntários fizeram uma ressonância magnética e escolhiam ver imagens hipotéticas de doações a uma pessoa amada. O exame gravou a atividade cerebral enquanto os participantes reagiam a cada situação.

Depois disso, os cientistas perguntaram novamente aos voluntários sobre o seu humor, especialmente a felicidade, e comparou os resultados com as respostas obtidas na pesquisa inicial. Aqueles que concordaram em doar o dinheiro reportaram um sentimento significativamente mais feliz do que os que gastaram com coisas para si. E o cérebro deles funcionou diferente também. Durante a ressonância, as pessoas que viam ações generosas demonstraram mais atividade em uma porção do cérebro associada ao altruísmo. E essa porção também mostrou ótima conectividade funcional, comunicando-se mais prontamente com outras partes do cérebro ligadas ao centro de recompensa.

“Provavelmente há uma explicação evolucionária nesse processo”, disse Thorsten Kahnt, coautor do estudo. Nossos ancestrais não deviam ser tão generosos na hora e dividir comida e trabalhar com outras pessoas, ele sugere, a não ser que essas ações trouxessem alguma recompensa –incluindo a potente, mesmo que abstrata, felicidade.