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Protetor solar: veja mitos e verdades e quanto usar em cada parte do corpo

O rosto, o pescoço e a cabeça devem receber uma colher de chá de protetor - Getty Images
O rosto, o pescoço e a cabeça devem receber uma colher de chá de protetor Imagem: Getty Images

Paula Roschel

Colaboração para o UOL

16/11/2017 04h00

Antes considerado o melhor dos mocinhos, o filtro solar passou a despertar, pouco a pouco, uma pulguinha atrás da orelha de consumidores que se deparam com pesquisas científicas e reportagens que alegam que ele também tem um lado nem tão bom assim. Mas o que é mito e o que é verdade sobre o produto? Especialistas nos ajudam nessa difícil e polêmica missão:

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Só existe uma forma de proteger a pele dos danos solares

MITO. Sonia Corazza, engenheira química especializada em Cosmetologia, explica que existem basicamente três tipos de agentes que ajudam a filtrar a radiação solar e evitar os danos: Usar substâncias químicas que mudam o padrão energético dos raios UVA e UVB, minimizando seus efeitos nocivos na pele (protetores comuns); criar uma barreira física, que reflete a radiação UV, com componentes como dióxido de titânio e óxido de zinco (protetores físicos); e melhorar os mecanismos naturais de defesa da pele, com produtos de origem natural ou tecnológica sintética, de maneira que haja um reforço de ação protetora (fito fotoprotetores, como os derivados do café verde e plantas ricas em antocianinas).

Posso apenas usar as cápsulas tipo protetor solar

MITO. Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma, afirma que não existe filtro solar em cápsulas: “Acho esse termo perigosíssimo, pois pode induzir a pensar que basta tomar as cápsulas que estará protegido. Isso não existe! Elas são complementares aos protetores de uso tópico, com ativos antioxidantes que neutralizam os radicais livres que são formados depois que a radiação UV atinge nossa pele".

Crianças podem usar protetor de adulto

MITO. "O melhor é optar sempre por filtros adequados para crianças. São indicados produtos com filtros solares físicos para elas e isso acontece para que não haja penetração de substâncias químicas na pele", alerta Claudia Marçal, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

Protetor solar químico é prejudicial à saúde

DEPENDE. Aqui está o ponto mais controverso, pois enquanto crianças e pessoas com pele sensível migram para físicos, com medo de efeitos colaterais, muitos dermatologistas seguem falando que não existe problema na utilização dos químicos: "Pesquisas recentes comprovam que muitos filtros químicos podem agir como disruptores hormonais, que são considerados agentes carcinogênicos potentes. A benzofenona-3 e o homosalato, por exemplo, afetam o sistema reprodutivo feminino e masculino e a glândula tireoide, também comprovado no estudo científico elaborado pela Docking Analysis Cancer Group, da Universidade de Rennes", explica Sonia Corazza. Esse alerta também é dado pelo especialista Lucas Portilho:" Existem dois filtros químicos utilizados nos protetores que, apesar de serem permitidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), eu recomendo que as pessoas não usem. Um deles é a benzofenona-3 e o outro é o 4 MBC (4-Methylbenzylidene camphor). No caso da benzofenona-3, ficou comprovado que ela penetrava na pele após aplicação e conseguia atingir a corrente sanguínea. Já o 4-MBC pode causar alterações hormonais. Vale lembrar que existem vários filtros químicos que são seguros. Já os físicos podemos considerar 'livres de polêmica'", esclarece.

Todo filtro físico deixa a pele esbranquiçada

MITO. "Nas novas fórmulas, o dióxido de titânio micronizado fica fluido, quase transparente. Ele pode ser associado também ao óxido de zinco e ao óxido de ferro, formando uma barreira real sobre a pele. A radiação não é absorvida, filtrada nem sofre processo de dispersão, e sim de reflexão: o raio bate e volta" esclarece Claudia Marçal.

O uso de protetor solar afeta a absorção de vitamina D

VERDADE. Mas a dermatologista Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, explica que nós, brasileiros, não devemos nos preocupar: "Evidente que o bloqueio completo da radiação ultravioleta causa diminuição da produção da vitamina D, porém em um país tropical, como o Brasil, a proteção solar absoluta é inviável. Sempre estamos expostos a um pouco de radiação ultravioleta."

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a quantidade de protetor solar indicada para cada parte do corpo é:

  • uma colher de chá de protetor solar no rosto, no pescoço e na cabeça;
  • uma colher de chá de protetor para a parte da frente do tronco e outra para a parte posterior;
  • uma colher de chá para cada braço;
  • uma colher de chá para a parte da frente de cada perna e outra para a parte de trás de cada perna.